Talvez eu me arrependa por escrever isto ou Desabafo de uma cristã.

Tem algumas coisas que me entristecem. Não fico irada e nem com raiva e nem decepcionda. Fico triste. Na semana passada chorei muito de tristeza (em dois dias) por causa da frouxidão em todos os sentidos que temos em nosso meio chamado "evangélico". Meus alunos sabem disto pois compartilhei com eles isto

Fico envergonhada com a ênfase mercadológica das metodologias de crescimento, das "novidades eclesiásticas" e da não profundidade dos nossos púlpitos, dos arremedos de culto,das reuniões ou dos encontros que são chamados de culto.

Sinto vergonha da busca pelo poder, a inversão dos valores, a dificuldade em decidir o que é prioritário entre o que é contingente, do medo que alguns sentem por insegurança que chegam a tratar mal outros por inveja, preconceito e ciúme de "suas igrejas" e púlpitos.

Não estou suportando tanta profundidade do tamanho de um pires pequeno, mas sei que Deus é o Senhor da história, o Senhor das nossas vidas e da Sua Igreja, mas eu sou finita, pecadora e um frágil, pequeno ser humano e vejo muito o que está aqui no hoje, no agora. Sou limitada, meu olhar é limitado(não posso ver o futuro), mas sei que meu Senhor Jesus é grande e benigno, e maior do que tudo isto que tem sido dito e pregado. é eu preciso aprender mais dele. Por isto tenho estado quieta, deixei meu site de lado, evitei escrever em um blog até hoje.

Há ainda hoje em dia algumas pessoas que são ordenadas ao ministério eclesiástico sem que tenham passado por um curso de formação ministerial, que normalmente é oferecido em um Seminário. Estou falando de Seminários protestantes ou os chamados "evangélicos". Não consigo entender como isto ainda acontece e principalmente em grandes centros. Há hoje em dia tanta oportunidade, seja em instituições presenciais quanto em Cursos a distãncia.

Sou batista, da Convenção Batista Brasileira e sei que um dos nossos princípios é o da autonomia da Igreja local. Não temos um bispado ou coisa assim, e por isto algumas igrejas tem seguido algumas práticas que estão nos distanciando muito umas das outras. Precisamos tomar cuidado para não jogarmos a criança junto com a bacia pela janela, como dizem alguns.

Sei de muitos que no passado dirigiram igrejas, missões e congregações sem terem feito um Curso de Bacharel em Teologia. Talvez tenham se preparado em outros lugares, com outros líderes, em pequenos e rápidos cursos, ou então foram agraciados de uma maneira especialíssima por Deus.

No meu entender alguém que quer ser capacitado para liderar seja em qualquer das áreas como pastoral, musical ou como educador religioso, precisa de uma formação e mais ainda precisam passar por um Seminário (um bom Seminário!)ou uma boa faculdade teológica. Isto não quer dizer que todos que passarem por um curso nestas suas áreas serão melhores pastores, ministros de música, mas no meu olhar tem que passar por um Seminário denominacional.

Não desejando julgar ninguém e nem capacidade de cada um em pastorear,continuarei defendendo que um pastor deve estudar Teologia em um Seminário, mergulhar profundamente e estudar muito, não só teologia, mas outras áreas como aconselhamento, psicologia, filosofia...

Um Ministro de música ou seja que nome novo queiram dar para este ministério, que não tenha passado por um Seminário pode fazer até um excelente trabalho musical, mas ele pode demorar a entender a extensão da ferramenta que tem em suas mãos para abençoar, cuidar, ensinar, curar, consolar e proclamar. Não estou falando de música. Estou falando do uso desta música. Música como ferramenta, música funcional.

Um músico que deseja liderar esta área na sua igreja precisa estudar matérias teológicas também. Precisa estudar a filosofia da música sacra, os princípios bíblicos, teologia sistemática, Antropologia, sociologia, Novo e Velho Testamento...

Os concílios para pastores e ministros de música precisam ser firmes, duros, coerentes e apertados. Precisamos de firmeza e clareza bíblica. Os concílios precisam ser em uma data e se aprovados, serão ordenados em data posterior.Muitos já acontecem assim.

Tenho andado e saído muito e falando em muitas igrejas, visito muitos lugares, faço parte de muitas listas e dou aula para Teologia e Música Sacra e conheço muitos seminaristas de diversos lugares e de vários seminários. Os relatos e o que vejo são de doer a alma. Minha mente trabalha, trabalha pensando o tempo todo sobre estas coisas. Meu coração dói e penso se valeu alguma coisa lutar tanto, ensinar tanto, não somente eu, mas todos os que viveram até hoje na luta e na pregação de um cristianismo real, bíblico. Um cristianismo de Cristo.

Muitas igrejas de hoje são fracas (por diversos motivos), o estudo bíblico não é tratado como em outras épocas. Falta conteúdo. Falta crescimento cristão. Músico começa cedo a trabalhar em igreja, não recebe ensino bíblico suficiente, não frequenta uma boa classe de crescimento cristão. Precisam de bons pastores, mentores.

Já ouvi relato de pastores que caminharam com seus músicos formados em boas faculdades de música,e que ombro a ombro estudaram juntos no gabinete. Estes pastores ajudaram na formação da visão destes jovens, tirando-os do palco para o altar. Mas, isto é raro, e os que pensam sobre a Igreja, sabem que músico sem base bíblica, sem conhecimento teológico e sem comunhão com Deus e vivendo da Sua Graça DIVIDEM igreja.

As pessoas cantam muito, até demais. O conhecimento de muitos está vindo pelo ouvir e pelo cantar e afirmo que estão ouvindo muita bobagem. Letras medíocres, melodias ruins e harmonias fracas. Não é possível termos vivido e desenvolvido tanto para vivermos tempos medíocres.

Os cultos parecem que viraram shows e modismos. Muitas igrejas deveriam cantar menos, orar mais e mergulhar profundamente na Palavra. Os pastores, os bons líderes deveriam treinar outros, ensinar, discipular.

Se passando por seminários está difícil, imagina sem. Alguns decoraram certos jargões eclesiásticos, bombásticos, consumiram e aprenderam a oratória e o tom de voz do momento, copiaram o que há de pior da mídia ou das igrejas ou pessoas consideradas como de sucesso e de uma hora para outra viraram pastores, pastoras, ministros de música ou de "louvor" - não concordo com este termo, mas fica para outra vez.

Novamente peço desculpas, mas tem horas que meu sangue ferve. Alguns pensam que estou calma ou não vendo nada, mas é só instinto de sobrevivência. Quem está mais perto sabe o que estou dizendo, sabe da minha angústia por ver este vazio, por esta desordem eclesiástica que por aí anda.

Cada um de nós sabe o que tem feito e o que poderia ter feito de diferente.
Não tomem para si meu lamento e nem me levem a mal.

Será que estou exigente demais, será que estou ficando fraca, melancólica?
Resolvi mudar meu exercício diário de meditação. Estou começando a ler a Bíblia toda novamente (desde a minha meninice fiz isto). Comecei fazendo de conta que nunca tinha feito isto antes. Comecei domingo.

Preciamos tomar cuidado para que a Bíblia não seja lida apenas para estudar, preparar sermões, fazer ordens de culto.

A experiência de cada um é única, por favor pesquisem e tenham uma visão mais embasada do que sentimental e seu eu estiver totalmente enganada, então esqueçam tudo que escrevi se acharem que estou errada,

Abs
westh ney