segunda-feira, 30 de março de 2009

1.1 Quem foram os anabatistas?


Os anabatistas foram os pioneiros que contribuíram para a liberdade religiosa. Registros históricos datam sua existência a partir do século XI. Eles eram pessoas que não concordavam com as práticas católicas e voltavam-se para a bíblia como única fonte confiável sobre Deus, organizando-se e estruturando doutrinas próprias.

Com o tempo, eles estenderam-se entre as camadas populares e formaram sindicatos anabatistas de camponeses. Como o poder de pensar pertencia a igreja, e esta dominava as relações comerciais, formar sindicatos anabatistas, que possuíam doutrinas contrárias à da igreja e defendiam os camponeses era ser a oposição ao governo.

Com esta visão é fácil saber o que aconteceu a eles. Eram quase sempre reprimidos, por isso nunca tiveram força para iniciar uma reforma. Apesar disto, não era este o seus principal objetivo, apesar de terem contribuído para o mesmo. Os reformadores pretendiam reformar a velha igreja pela Bíblia, e os anabatistas, a oposição, os radicais, tentaram construir uma nova igreja sobre a Bíblia.

A reforma nasceu do berço anabatistas, mas não fazia parte dele, e no futuro seria inimiga do mesmo por defender a reforma da igreja e a ligação da mesma com o estado, enquanto que os anabatistas defendiam uma igreja livre e autônoma, uma nova igreja.

Podemos dizer então sem sombra de dúvida que os movimentos evangélicos hoje não tiveram raízes profundas na Reforma, apesar desta ter sido uma grande colaboradora, pois ela não teve muito sucesso que fosse permanente, sendo totalmente reprimida, e a igreja permanecida como estava. As verdadeiras doutrinas e raízes dos batistas e de movimentos subsequëntes tiveram origem então nos chamados protestantes, e não nos reformadores.

Mas a partir do momento que os anabatistas tornam-se batistas, tornam-se uma religião independente, perde-se o título de protestante e assume o título de evangélico por pregarem o evangelho como fonte da verdadeira doutrina.

Luteranos e Zwinglianos praticamente anabatistas no início de suas carreiras, chegaram a ser os mais cruéis perseguidores destes. Os anabatistas possuíam várias divisões, e os mais exaltados foram as responsáveis pela ira dos reis e reformadores. Além do que crescente adoção de grande parte da população colocava em risco os propostos reformadores de Lutero e Zwinglio.

O papel dos anabatistas na Reforma foram o de ser bases para o impulso do movimento transformador.

Felipe Rodrigues Seabra - trabalha com vídeos, edição, publicidade, comerciais, propagandas. Mora em Fortaleza e é membro da Igreja Batista Candeias em Fortaleza, Ceará. Trabalha com o Ministério do Crescimento.

3 comentários:

  1. Olá, WESTH
    (...)a finalidade do FELIPE RODRIGUES SEABRA(...), ao escrever este texto, foi destacar a luta pela liberdade religiosa, o que é uma marca dos anabatistas e dos separatistas, mas NÃO é marca dos reformadores.
    Esta foi a minha leitura da matéria.

    Os reformadores queriam reformar a ICAR - igreja Católica Apostólica Romana - , manter o conluio com o Estado e manter a intolerância religiosa. Logo, onde a reforma prevaleceu, os cristãos divergentes foram perseguidos e mortos.

    E assim, entendo (...) que o cumpriu o seu objetivo.

    Quanto aos reformadores, ele citou dois que prevaleceram, Lutero e Zwinglio. Prevaleceram, mas, como eu já disse acima, NÃO proporcionaram liberdade religiosa.

    Portanto, para o objetivo do FELIPE - mostrar que os anabatistas lutaram pela liberdade e que a reforma não trouxe liberdade - foi suficiente citar quem citou, Lutero e Zwinglio.

    Citar Huss não era o caso, pois este, morrendo sem alcançar o seu objetivo, não pôde pôr em pratica o objetivo reformista que NÃO incluía a liberdade religiosa.

    Vale citar um PARADOXO. O grande Huss morreu por falta de liberdade religiosa, exatamente a mesma liberdade pela qual os reformadores NÃO lutaram.

    Vandir Allas, pastor batista e prof. de história da Igreja em S. José dos Campos.

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  2. Felipe é meu filho caçula

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  3. Os anabatistas (rebatizadores, do grago "ana" e "batizo") são cristãos da chamada "ala radical".
    São assim chamados porque os convertidos eram batizados em idade adulta, desconsiderando o até então batismo obrigatório da igreja romana. Assim, rebatizavam todos os que já tivessem sido batizados em criança, crendo que o verdadeiro batismo só tem valor quando as pessoas se convertem conscientemente a Cristo. Os remanescentes anabatistas hoje estão espalhados por várias partes do mundo, na forma de comunidades quacres, hutteritas, menonitas e amish. Embora haja semelhanças no nome, a vertente cristã Anabatista nada tem a ver com a denominação protestante Batista, uma das muitas denominações protestantes (como presbiterianos, congregacionais, etc.) surgidas por inspiração de Lutero. Como referência histórica proponho a leitura de Cristianismo Pagão de Frank Viola.

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