domingo, 30 de julho de 2017

Algumas boas lembranças, ouvindo Buxtehude

Dietrich Buxtehude (c.1637-1707) - "... representa o climax da escola do norte da Alemanha dó séc. XVII, tendo exercido forte influência sobre J.S.Bach." Grove - a bíblia 
da música segundo os críticos. Estou nessa madrugada ouvindo cantatas deste excelente músico.

Conheci Buxtehude e sua obra somente aos 20 anos quando fui estudar Música Sacra no Seminário do Sul,no Rio de Janeiro anos 70. Lá foi minha grande escola de formação musical e onde aprendi muito sobre a vida e espiritualidade . Tive outras - algumas importantes, outras nem tanto.
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Lembro com saudade do Colégio Anderson (lembra Lêda Maya?). Ali foi um divisor de águas na minha vida e calmaria do meu coração que brigava na ruas do centro da cidade do Rio, nos movimentos políticos e estudantis. Ali minha alma inquieta aprendeu que vale mais a justiça do que muitos movimentos sobre paz ou liberdade. Sem justiça não há nem uma nem outra. Grandes diretores e professores como Leão e Joaquim influenciaram nossas almas jovens nos turbulentos final dos anos 60 e início dos 70.
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Minha alma, coração, entranhas sempre foram barrocas desde minha adolescência nos discos que ouvia com meu pai e nos bancos da Igreja batista Itacuruçá onde meus sonhos eram construídos ao som do órgão que Yara Curvacho tocava (Bach, naturalmente) e nas músicas que cantava no coro da igreja (mesmo adolescente) regido por Elza Lakschevitz.
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É muito ingrato, para não dizer ignorância ou desconhecimento, creditar e pensar só nestes lugares e pessoas. Somos em suma o resultado de tudo que ouvimos, vimos, sentimos, lemos, cantamos, escrevemos. Trazemos pela vida as marcas de todos que passaram por nós. Elas são de tudo que vivemos, de bom ou ruim.
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Por isto é difícil encontrar alguém que entenda todas as marcas que trazemos, impossível isto. Elas são somente nossas, mesmo vivendo as mesmas experiências e sendo da mesma geração. Nossos ouvidos e olhos ouvem e veem o que o cérebro seleciona e registra na nossa mente, coração, alma... as impressões são únicas.
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Reside aqui então, a dificuldade que temos durante a vida toda se não nos amarmos, se não gostarmos de conviver conosco na solitude necessária ao equilíbrio emocional e mental. Se nos bastarmos, se gostarmos de nossa companhia haverá um caminhar maravilhoso com o outro.
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Nós somos plural,
somos muitos,
somos únicos.
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Comecei por Buxtehude e iria escrever sobre ele, mas de uma forma catártica me derramei enquanto escutava esta seleção - Lindos estes novos tempos, mas não seria assim se não tivesse atravessado vales e montanhas.
 

Boa madrugada para todos e principalmente para aqueles que sabem realmente que é neles que estou pensando enquanto escrevo.

Westh Ney, 30/07/17

https://youtu.be/4ms61jYEBVU?list=RD4ms61jYEBVU

https://www.youtube.com/watch?v=4ms61jYEBVU&list=RD4ms61jYEBVU#t=0

domingo, 18 de junho de 2017

Liturgias para diversas ocasiões_Leonardo Barros
















Liturgias elaboradas por Leonardo Barros que estão no site de Israel Belo de Azevedo:

1. FÉ 

2. BÍBLIA

3. GRAÇA

4. FAMÍLIA

5. ESPERANÇA

6. CEIA

7. CEIA DO SENHOR

8. CEIA DO SENHOR

9. CONFIANÇA

10. AUTOESTIMA

11. COMPROMISSO

12. AVIVAMENTO
  


MM Leonardo Cunha de Barros Bacharel em música Sacra pelo Seminário do Sul, e bacharel em Regência pela UFRJ.
Foi Ministro de música  na Igreja Batista Itacuruçá, Tijuca, Rio, RJ. Foi prof. do STBSB - Seminário do Sul


  • Em Janeiro de  2011 mudou com sua família para os EUA, para Campbellsvile, Kentucky.
  • Em dezembro de 2014 terminou Mestrado de Musica em Regência de Orquestra.
  • De  outubro 2013 a dezembro de 2014 foi Ministro de Musica interino na Junction City First Baptist Church.
  • Em 2015 foi para o Texas  onde faz o Doutorado em Música na Igreja com ênfase em Regência.
  • De outubro de 2015 a julho de 2017 foi Ministro de Música na New Hope Baptist Church em Mansfield, Texas.
  • Está de malas prontas para ser Pastor de Adoração e Artes da Armitage Baptist Church, tomando posse dia 15 de Julho 
  • Casado com a talentosa pianista MM Claudiane Barros e forma uma linda  Com Letícia, Daniel e Lucas. São netos da profª Magali Cunha que  lecionou muitos anos no IBER e no Seminário do Sul.


Sempre frutificando







Ordem de Culto:
Sempre frutificando
criada por Leila Gusmão, impressa na Revista Louvor, ano 18, nº 62, volume 1, 1995.

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Revista de música Louvor, da editora Convicção da CBB –  Convenção Batista Brasileira

































Revistas novas pelo e-mail literatura@conviccaoeditora.com.br

segunda-feira, 5 de junho de 2017

Hoje vou ouvir sobre catedrais com Stella Junia

Segue abaixo o discurso da querida profª Stella Junia Ribeiro – professora e compositora – paraninfa da turma de Música Sacra do Seminário do Sul/STBSB, em 2005. Lindo, sobre a Catedral de dentro ou Encontrando Deus no quintal
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Caro reitor, coordenador do curso, colegas professores,
senhores e senhoras presentes, queridíssimos alunos formandos,
Hoje vou falar de catedrais...
Edificações fundamentais na vida de qualquer ser humano.
Falarei da sua importância, dos materiais para construção (para fundações e acabamentos), e depois das dicas para construção, darei sugestões para seu funcionamento, seus serviços e suas rotinas.

Pretendo partir da minha própria experiência.
Então, na verdade são experiências de construção da minha catedral que eu vou compartilhar, isso é bem diferente do que seria uma aula técnica para construções e edificações. Ah, é bom ressaltar algumas características dessa catedral:


1. Ela não cresce para cima e para fora. Ela cresce para dentro e para baixo.

2. Não tenta alcançar o céu em torres magníficas, mas ela cria raízes profundas.

3. Não é espaço para multidões. É lugar de solidão.

4. Os eventos não obedecem a agendas ou horários, aliás, quanto mais profunda a catedral, mais intensos serão os serviços, podem durar as 24hs do dia.

5. Nada de coral ou grupos instrumentais. É música sem som, performance sem movimento. 

6. Fala também não tem. Até porque a lei que impera nessa catedral é a lei do SILÊNCIO. Mas, mesmo sem fala e pregação, posso aprender a cada minuto do meu dia.

7. Sem introdutores ou equipes de relações públicas. Estarei sempre em casa, e na minha casa não preciso de ninguém que me diga onde sentar. Sei que sou bem-vinda sempre.

8. Sem diáconos, ou servos. Eu mesma me sirvo, pois a mesa está posta 24hs por dia.
Só não me saciarei se não quiser.

9. Nada de profecias e pretensos intermediários: minha fala

A mística do encontro com Deus precisa da catedral de dentro, da edificação da alma, que se constrói no silêncio e na solidão. As grandes assembleias, dos templos de fora, falam em Deus, cantam de Deus, cultivam a relação entre as pessoas (e isso tudo é muito bom), mas eu tenho encontrado Deus no silêncio. E eu só consigo silêncio na solidão.
Esse lugar maravilhoso e misterioso que eu cultivo como se fosse um templo para dentro de mim, onde só eu entro e Deus está lá, me aguardando sempre, e no nosso silêncio nos encontramos.

Queridos, num mundo onde ouvimos tantas falas, tantos sons, tantos modelos de templos para fora, isso de repente gera confusão e uma perplexidade grande.
Eu corro para dentro. Desço os degraus da minha alma, e cada descida é mais profunda que a anterior. E Deus fala a mim. Como fala a ninguém mais, pois Ele sabe o meu nome, os meus pensamentos, conhece cada passo da minha vida e o trato dEle comigo é pessoal.

Para além das gestões, das harmonias todas, funcionais ou não, das percepções, das monografias, das performances musicais, das teologias e estéticas, o que manterá vcs, nos templos de fora, nas universidades, nos magistérios escolares, é a construção da catedral de dentro.

Essa é uma obra que nunca acaba. E quanto mais avança é sempre para dentro, para o fundo da nossa alma. É nessa catedral que eu me encontro, que aprendo a aceitar as surpresas da vida, nem sempre boas, que me consolo, que me  reanimo, que me percebo, que me entendo, que contemplo absolutamente fascinada e perplexa o quanto Deus me ama, a ponto de ser Deus comigo, Deus em mim, e poder encontrá-lo na nossa "catedral de dentro", e lá ouvi-lo, sentir o seu amor INCONDICIONAL, e viver experiências absolutamente pessoais e intransferíveis.
Se chegarmos a este ponto, nada nos confundirá, nem nos decepcionará, nenhum escândalo nos abalará, pois saberemos em quem temos crido, e essa experiência, se alguém quiser questionar ou invalidar, nós saberemos o quanto vale, pois será fruto da nossa vivência com Ele, Emanuel, Deus conosco, Deus em nós.

Bom, de resto, ou como disse Jesus "as outras coisas", todas continuam a acontecer, pois "O rio correrá para o mar e nada deterá o seu curso". Muitos aqui terão seus filhos, construirão suas famílias, terão ministérios eficazes, serão grandes professores, grandes instrumentistas, com dores e prazeres, porque a vida é esse “caldo” todo mesmo. Mas o sentido virá sempre de dentro, do tempo que você gasta para dentro, na edificação de dentro.

E muito a propósito, gostaria de ler um poema de Emily Dickinson (1830-86):


“Alguns guardam o Domingo indo à Igreja -
Eu o guardo ficando em casa
tendo um Sabiá como cantor
e um Pomar por Santuário.
- Alguns guardam o Domingo em vestes brancas
mas eu só uso minhas Asas
E ao invés do repicar dos sinos na Igreja
nosso pássaro canta na palmeira.
É Deus que está pregando, pregador admirável
e o seu sermão é sempre curto.

Assim, ao invés de chegar ao Céu, só no final
eu o encontro o tempo todo no quintal. “


Peço permissão aos presentes, para dedicar esse momento à  memória de Joselita Guimarães Ribeiro, minha mãe: figura silenciosa, discreta, misteriosa, cuja prioridade em vida era ir para o templo de dentro e seu maior desejo era permanecer no silêncio de Deus. Agora ela realizou o seu desejo, para além do eterno, e sei que ao invés de perguntas teológicas e curiosidades outras, ela deve estar apenas contemplando silenciosamente .
Aquele que foi o seu maior amor em vida: Jesus.
obrigada.
Stella Junia Ribeiro

terça-feira, 23 de maio de 2017

Hinódia Batista Brasileira: 5. Elza Lakschevitz (1933 - 2017)

                                                  por Westh Ney Rodrigues Luz, escrito em 2014 /maio de 2017.
 

Dados biográficos (uma parte) do boletim da liturgia do culto de gratidão (Igreja Batista Itacurucá) pela vida da querida de todos nós - Elza Lakschevitz.  Foi escrito por mim, sendo parte de uma monografia onde abordei sua vida, seus ensinos e parte de sua obra em 2014.

Elza Lakschevitz, carioca,  filha de Arthur Lakschevitz –  músico e professor leto – importante nos primórdios da música sacra evangélica no Brasil. Pianista, compositora, organista e regente formada pela Escola de Música da UFRJ, ex-professora e regente do Orfeão do Instituto de Educação do Rio de Janeiro, da Escola de Música "Villa-Lobos", do IBER– Instituto Batista de Educação Religiosa e do STBSB - Seminário do Sul. Coordenou na FUNARTE, com o projeto Villa-Lobos um grande movimento coral no país, um marco.

Regente dos coros infantis – Curumins, do Theatro Municipal e do Coro Infantil do Rio de Janeiro. Regente de coros de igrejas, do Canto em Canto, da Associação de Canto Coral (ACC); diretora da Oficina Coral do Rio de Janeiro. Em 1988 recebeu da AMBB, o prêmio “Arthur Lakschevitz”. Em 2001, recebeu a medalha “Áster Artis” da Academia Evangélica de Letras do Rio de Janeiro.


Representou o Brasil como jurada de concursos internacionais de coros em geral e de coros infantis nos EUA e Europa, além de reger o Coro Infantil do Rio de Janeiro na Espanha e Portugal. Composições dedicadas para Elza, dos brasileiros Ronaldo Miranda, Vieira Brandão, Edino Krieger e Ernani Aguiar foram regidas e lançadas pela primeira vez no mundo musical por ela. Atuou em diversos cursos e congressos, com um expressivo trabalho reconhecido nacional e internacionalmente. Na Igreja Batista Itacuruçá, colaborou e formou um grande número de discípulos, criou coros (feminino, infantil, misto) criando belos arranjos e composições, deixando um legado para a música sacra evangélica no país com partituras editadas.

A vida da Elza fala por meio de todos que alcançaram seus ensinos, que tiveram oportunidade de cantar com ela, e que aprenderam sobre a arte dos detalhes com a mestra. Seus ensinos, direção, elegância, postura e esmero nos seus trabalhos estão marcados em todos nós, em toda a geração que aprendeu com ela e que com certeza fluirá de nós para os que alcançarmos.

No dia 16/08/08 aconteceu na Escola Nacional de Música da UFRJ a cerimônia de homenagem à professora Elza. Emocionante ver jovens que tinham sido seus coristas quando crianças, adultos que tinham sido seus jovens e que estavam ali para cantar juntos a música Cantares - letra de Valter Mariani e música de Ronaldo Miranda.

Elza – a esposa do Rui Xavier Assunção, a mãe do Eduardo e do Maurício, a avó da Sofia e Luiza, a sogra da Gisele deixa uma lacuna que nunca será preenchida, mas que deixará a marca da sua presença e amor entre eles e todos os familiares. Ela está nos braços do Pai. Ao Senhor Deus toda a glória!
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Posteriormente escreverei com mais detalhes.
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                                                                                      Westh Ney Rodrigues Luz, texto e foto (2008)

quinta-feira, 27 de abril de 2017

Despedida do Brasil do casal Sutton - Joan e Boyd

CAPELA do Seminário do Sul -
Uma raridade, este momento histórico da despedida do amado casal Sutton do Brasil quando da sua aposentadoria. Foi em 1992 .
Presença de ex-alunos, alunos, todas as Juntas, Comissão do HCC -
Nossa amada ex-profesora Ana Campelo Egger regendo o coro de ex-alunos na cerimônia.
 Este ano completou 50 anos no Coral Eclésia da PIB do Rio.
Neste vídeo tem Ivo Augusto Seitz,  Gladis Seitz, Jane Borges, Dona Hora Diniz Lopes, Leila Gusmão, Marilene Coelho, Hilce Santos, Rejane Luiza Martins, Noemia Marcelino, Ester Marcelino Hiram Rollo, Ebenézer Soares Ferreira, Urgél Lóta, Dione Pereira de Vasconcelos, Fausto Vasconcelos, Marluce Faria e tantos outros. O Coro cantou Brahms lindamente.
Eu estava lá. https://www.youtube.com/watch?v=OpdX27rPcFA



segunda-feira, 13 de março de 2017

O Brasil sempre foi a sua terra adotiva

Na madrugada do dia 12 de março de 2017, faleceu nossa querida amiga e dedicada mulher, Edith Mulholland, de insuficiência cardíaca. Seu amado esposo Dewey faleceu um ano antes. Durante os últimos anos, o casal Mulholland residiu em Pasadena onde atuaram com alegria e dedicação às coisas do reino.
 

Edith Brock Mulholland, bacharel em Religião e Música pelo Pasadena College, na cidade de Pasadena, Estado da Califórnia e pós-graduada em música na Universidade de San José, na Califórnia. Especializou-se em canto.  

A Associação dos Músicos Batistas do Brasil – AMBB - concedeu em 19 de janeiro de 1993, o “Prêmio Arthur Lakschevitz” para Dona Edith, na categoria “Músico Estrangeiro” por seus serviços relevantes à Causa de Deus no Brasil, por meio da música.

Ela e seu esposo, Dewey Martin Mulholland, um homem muito educado e atencioso e que sempre recebia um e-mail sempre me dando notícias da d. Edith (assim que todos a chamavam) vieram para servir ao Senhor no Brasil pela Missão Batista Conservadora, em 1951. Chegaram ao Brasil em 1952, e com eles um casal de filhos pequenos. Aqui mais dois nasceram. Timothy Mulholland, um dos seus quatro filhos foi reitor da UNB, importante universidade no Brasil


Trabalharam até 1974 no Piauí. Ali casal fundou e dirigiu o Seminário Teológico Batista do Nordeste em Floriano (PI),
De 1975 até 1994 (quando se aposentaram), no Distrito Federal. Fundaram a Faculdade Teológica Batista de Brasília, e Pr. Dewey foi reitor. Nossa querida Edith fundou e dirigiu o Departamento de Música da faculdade, ensinando tudo que era necessário, inclusive regência e dedicando-se à pesquisa hinológica. Tinha todas as suas anotações minuciosas e completas em fichas. Seu amor pela pesquisa levou-a à comissão do HCC, 1991. Segue abaixo o depoimento lindo da meiga e querida Edith. Nós, os que trabalhamos na Comissão do HCC, 1991, muito aprendemos e sempre estávamos juntos com D. Edith auxiliando o trabalho gigantesco que foi o Notas Históricas do HCC.

“Agradeço a DEUS por ter sido criada num lar onde música clássica, sacra e hinos eram parte fundamental na educação familiar. Aprendi muito com os hinos da nossa fé. Aos 11 anos de idade descobri o mundo da hinologia ganhando um hinário por recitar três estrofes de cem hinos.

Desde pequena as histórias dos hinos foram de grande inspiração para mim. Quando li pela primeira vez a comovente história do hino Amor, Que Por Amor Desceste (HCC 171) sofri com o autor sentindo-se isolado por sua cegueira. Recebeu esse hino do Senhor “quase palavra por palavra”. Sua mensagem confortou seu coração dolorido e deu-lhe coragem para viver. Enquanto eu lia, chorava com ele. Qualquer tristeza minha era pequena diante do sofrimento desse homem que estimulou a fé dos seus contemporâneos e que, através desse hino, ainda atende aos corações necessitados.

Decidi colecionar o maior número possível de histórias. Comecei a adquirir livros e formar uma biblioteca sobre hinódia e hinistas.

Quando cheguei ao Brasil com meu marido Dewey e nossos dois filhos, Timothy e Ann, (Marcos e Paulo nasceram nos três primeiros anos no campo) comecei a estudar os hinos amados pelos brasileiros. Comecei um fichário de todos os que contribuíram para a música sacra e hinódia brasileira. Esse fichário cresceu e logo incluiu milhares de itens, classificados por nacionalidade do hinista, compositor ou tradutor. Nesse tempo vi crescer o número de hinos e canções nacionais, com letras e ou músicas brasileiras.

Colecionei por muitos anos livros e artigos de pessoas que muito contribuíram para o meu conhecimento hinológico brasileiro. Destaco os nomes de Rolando de Nassau, Bill Ichter, Henriqueta Rosa Fernandes Braga, Marcílio de Oliveira Filho, Joana Sutton e muitos outros. Adquiri cópias da revista Louvor Perene e os trabalhos da missionária Lida Knight. O aparecimento da revista Louvor foi e continua sendo uma mina preciosa para mim. “

Marcilio de Oliveira Filho (in memoriam), pastor, ministro de música e compositor escreveu assim sobre Edith, quando do lançamento do livro Notas Históricas do HCC:

“Conhecer Edith Brock Mulholland foi um dos maiores presentes que recebi de Deus. Sua vida, simplicidade, conhecimento hinológico e simpatia na maneira de valorizar as pessoas se tornaram marcas muito fortes em todo o meu ministério.

Logo que nasceu a Associação dos Músicos Batistas do Brasil, Dona Edith se tornou sócia participativa. Anualmente estava nos congressos e sempre nos incentivava diante de tantos desafios que todos nós, músicos, sonhávamos para nosso país. Queríamos ver o povo brasileiro cantando com muito mais amor e paixão por Jesus.

Dona Edith nos mostrou também o quanto valorizava a música brasileira. Era impressionante seu interesse em aprender e ensinar as músicas dos compositores e poetas nacionais, divulgando nosso trabalho com os alunos da Faculdade Teológica Batista de Brasília, que por sua vez aprendiam a amar a canção brasileira e divulgavam pelas igrejas.

O que mais me impressionou na primeira vez quando visitei a residência de Dewey e Edith foi a organização e amor com que coletavam as informações hinológicas de tudo o que era cantado pelo Brasil. As famosas fichas de Dona Edith, os apontamentos diversos, seu coração pesquisador e sua paixão com que falava sobre os hinos e canções dos brasileiros faziam com que eu sentisse vida em tudo o que eles faziam.

Falar também sobre o pastor Dewey é muito importante neste momento, porque ele não somente foi o grande teólogo que os brasileiros admiram e aprenderam com suas aulas, mas também o maravilhoso marido e pai, avô muito carinhoso e incentivador. A obra de Dona Edith é muito rica e temos que agradecer por seu esposo que a apoiou e a encorajou. ”

Leila Gusmão e Magali Cunha, ministras de música e professoras na área ministerial, foram revisoras das Notas Históricas do HCC e membros da Subcomissão de letras do HCC, assim escreveram:

“A paixão pelo trabalho de pesquisa é que levou Edith Bock Mulholland a coletar dados, principalmente de brasileiros, e possibilitou a organização das Notas Históricas do Hinário Para o Culto Cristão, lançado num ano de vitórias quando como Denominação celebramos 120 anos no Brasil (os crentes de Santa Bárbara d’Oeste, 130), 100 anos do Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil e 25 anos da Revista Louvor.

Como revisoras das Notas Históricas do HCC, sentimo-nos honradas em poder conhecer antecipadamente este rico material hinológico - um trabalho primoroso onde vemos, em cada parágrafo, a personalidade doce, cuidadosa e detalhista de Dona Edith! A consciência da grande tarefa que tivemos em mãos foi que nos motivou a buscar cada vez mais a pesquisa, a atualização de dados, a revisão incansável dos documentos originais e na editoração, principalmente por se tratar de uma obra concluída há 10 anos”.


Meu coração, egoísta desejava que D. Edith ficasse mais tempo conosco, mas nosso Pai amado já a convocou. Desejo que todos conheçam pessoas bondosas, competentes que tem   escrito a nossa história como este casal.
Ao Senhor toda glória e louvor!
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Westh Ney Rodrigues Luz – Ministra de música e prof.ª de Culto Cristão, História da música, Gestão da música na Igreja no Seminário do Sul/FABAT. É membro da Igreja Batista Itacuruçá, Tijuca, Rio/RJ. É redatora da Revista de Música Louvor, da CBB, e regente dos Coros feminino Cantares e Hospital Evangélico, Tijuca, Rio
 

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MULHOLLAND, Edith Brock. Hinário para o culto cristão – Notas históricas. RJ: JUERP, 2001
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domingo, 26 de fevereiro de 2017

Hinódia Batista Brasileira: 7. Waldenir Carvalho


Um dos pioneiros na publicação de música sacra evangélica importada.
 

Pensando nas produtoras que atuam hoje no mercado musical para as igrejas não poderíamos deixar de fazer menção sobre um dos pioneiros – Waldenir Carvalho, da W. Music. Começaremos com ele.  O material foi retirado do site da produtora –  http://www.clubedemusica.com.br/.  Graça e paz sobre sua vida que tanto fez e faz pela música sacra no país.


Quando Waldenir terminou seu curso de inglês, começou fazendo exercícios traduzindo hinos. Assim, com um bom número de hinos (2000) percebeu que poderia ajudar às igrejas. Até hoje são cantadas as suas primeiras traduções como Porque Ele vive, Há um doce Espírito aqui, Via Dolorosa e outras.

A AFE – Associação Fluminense de Educação, hoje UNIGRANRIO, fundada pelo excelente educador pastor José de Souza Herdy, pensou um Departamento de Música e em 1975 Waldenir Carvalho iniciou seu trabalho de publicação por 5 anos. Cantatas e publicações corais como Rei dos reis, Celebração da Páscoa, as séries Jubilai! e O som nosso de cada dia, foram muito cantadas nas igrejas nos anos 70 e 80. Após 42 anos ainda são executadas. 

Criou a Tempo Produções que representava no Brasil a gravadora americana, Word Records, organizou o Grupo Renascença e a Alfa Ômega, onde publicou muitas coletâneas, cantatas e musicais. Hoje a W. Music/Clube de Música – tem por meio do projeto Louvor & Vozes, organizado grandes encontros em diversas cidades e regiões do Brasil com lançamento de músicas para coros. 

Produziu gravações para a extinta e pioneira JUERP, dirigiu um coro de 20 mil vozes no Maracanã na cruzada Deus salve a família, no Maracanã, além de cooperar com as cruzadas do pr. Fanini. Também introduziu no Brasil o playback do musical Razão de viver e kits de ensaios para vozes
       
O site - http://www.clubedemusica.com.br/ – cita a influência da sua vida motivando muitas pessoas e entre elas Beto Silva e Vittor Borges que cantaram em um de seus grupos – o Renascença

Graças a Deus pelos sonhadores e idealizadores que vão plantando sementes de esperança com seus projetos.