quinta-feira, 3 de julho de 2014

Eu, o taxista e a Rural Willys.

por Westh Ney R. Luz, Rio 03/07/14

Hoje de tarde, no táxi, o papo foi muito bom... 
O taxista, talvez 30 e poucos anos, eu com experiências de mais de meio século, conversamos muitos e sobre carros. Tudo começou quando na rua Barão de Mesquita, parados no sinal da Uruguai eu vi uma Rural Willys sendo reformada, restaurada. Uma lindeza. Vinho e branca. Isto me levou ao final dos anos 60. 

Lembrei então do meu pai e seu Aero Willys bege (ou cinza?). Era imponente e papai tinha uma pose e tanto. Que carro forte, pesado. Bem... uma vez ficamos na serra de Petrópolis parados esperando o carro esfriar... e pegando água da bica que corria por lá...

O Aero Willys era um carro pesado e quem não queria se espremer dentro de um besouro (Fusca, 1959) ou no Renault Dauphine(1956), este era uma opção. Este foi um projeto que parece que não deu certo nos EUA e então veio para o Brasil. Fabricado pela Willys dos EUA, com os componentes mecânicos dos Jeeps Willys (6 cilindros) veio para ser montado no Brasil e com 4 portas.

Depois pulei para o Simca Chambord (frances) produzido por volta de 1958 e 1961. Ele não conhecia o Simca. Ele era uma versão maior do Aero.  O taxista conhecia o DKW - ô carrinho feio e o Gordini, mas o Dauphine não. Não consegui explicar para ele a diferença de um para o outro. 
O Gordini (1958) veio substituir o Dauphine, ambos da Renault.  Este era mais potente e parecia impossível 4 pessoas dentro dele. Andei muito de Gordini, mas era adolescente e jovem.
Conheci estes carros por volta dos meus 12 anos (1963). Circularam muito tempo ainda...
O nome do homem importante e que possibilitou isto foi Juscelino Kubitschek - o presidente JK

Falamos do Corcel e do Corcel II (Ford). Este último eu gostava muito. O papo foi ótimo e me trouxe muitas lembranças... Rodando pela Tijuca e relembrando tudo isto foi bom demais

Fomos evoluindo o papo e saindo dos carros e indo para os telefones fixos, do investimento que era ter várias linhas telefônicas, falamos dos tijolões celulares, a dificuldade em comprar. Lembram da linha que vinha de Minas?? Fichas telefônicas, que foram substituídas por cartões e que muitos colecionavam quando era de todo usado... Antes da Telerj era a CTB - Companhia Telefônica Brasileira. pelo Rio ainda podemos ver tampas de ferro com a marca CTB pelo chão.

Falamos da máquina de fazer gelo, das aulas de datilografia que ele teve que fazer e falamos rapidamente dos computadores, pois infelizmente cheguei ao meu destino, que era a Capela do Hospital Evangélico para o ensaio do coro. Estava na casa da minha mãe e este trajeto faço de ônibus mas como estava muito cansada fui de táxi. Maravilha, quando cheguei ao destino estava renovada com lembranças boas e a constatação que é muito bom viver muito e conhecer muitas coisas, vivenciar tantas mudanças e ainda ficar feliz e não nostálgica. 

Que maravilha ter vivido e visto tudo isto! 
Tem muito mais, mas a vida é curta...
Curta para vivermos tudo que existe 
e muito mais curta ainda para ficar recordando tudo que vivemos...
Isto é quase viver duas vezes...
                                                                                 


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