quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Som na Igreja: Quem gosta de mixar levanta a mão!

Eu também gosto, mas será que as pessoas gostam do som que nós mixamos? Será que a banda para quem mixamos também gosta do som que fazemos? Estas são perguntas válidas, porque, a despeito do que muitos pensam, os músicos são a razão da nossa existência. Se não houvesse música nos cultos, não haveria necessidade de operadores de som, concordam?

Então, preparem-se para a primeira lição de uma boa mixagem: respeitem os músicos com quem vocês estão trabalhando, ouçam suas opiniões e, se puderem, sigam-nas. Caso não seja possível segui-las, digam a eles educadamente o porquê da impossibilidade.

A segunda coisa a se compreender é que mixagem ao vivo difere da mixagem em estúdio. É preciso entender (e aceitar), que o som de uma mixagem ao vivo, por melhor que seja, nunca será igual ao som de um CD/DVD. Numa mixagem em estúdio, você trabalha com os sons já captados, aplicando os processamentos necessários individualmente, depois juntando tudo e corrigindo o que for necessário com todo o tempo do mundo à sua disposição. Já a mixagem ao vivo é viva, dinâmica, a gig está acontecendo, você não pode errar. Então, você precisa ir se adaptando a tudo em real time.

A terceira coisa necessária para que sua mixagem seja boa é entender o que os músicos estão fazendo. Para isso você precisará conhecer os instrumentos que estão sendo utilizados, a faixa de freqüência em que atuam, como soam em função do estilo de música, como se harmonizam uns com os outros. É preciso conhecer a “pegada” do músico, a forma como ele toca, como se expressa.

Se você não é músico, e quer entender o que a banda está fazendo, comece ouvindo diversos estilos de música. Dependendo do estilo, a captação e equalização dos instrumentos serão feitas de forma diferente. Ouça como cada instrumento soa, fique atento à dinâmica, observe os estilos, preste atenção nos detalhes, sinta as nuances.

Conhecer os equipamentos com os quais você vai trabalhar é o quarto princípio para a boa mixagem. Saiba exatamente o que cada componente do seu sistema pode fazer, por mais simples que ele seja. Habitue-se a ler os manuais, a participar de listas de discussão na internet, a ler material técnico, a estudar, a participar de congressos e workshops, a trocar idéias com outros técnicos e operadores. Não pense que você já sabe tudo, pois sempre haverá alguém com mais conhecimento que você.

Não sou o dono da verdade, mas o que compartilhei aqui foi o que aprendi ao longo dos anos observando pessoas muito melhores que eu fazendo o trabalho, e fazendo muito bem.

Então?! Ainda estão com a mão levantada?
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David tem trabalhado com palestras e cursos - david.fernandes@audiocon.com.br
Blog do David - BACKSTAGE 

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