terça-feira, 22 de novembro de 2011
Feliz Dia aos meus amigos músicos!
“A combinação de música e fala
na expressão única do canto tem um poder inigualável,
transmitindo sentimentos de grande elevação ou
de pungência quase insuportável.
Quando nos reunimos para celebrações comuns,
a música ajuda a elevar o compartilhamento de sentimentos a um tal nível de intensidade
que palavras apenas não poderiam atingir.
A música não reproduz o mundo que está fora de nós
e ao nosso redor,
nem mesmo quando conscientemente imitamos os sons que ouvimos;
a música diz respeito, em primeiro lugar e acima de tudo,
a nós,
e à nossa identidade.”
MENUHIN, Yehudi e DAVIS, Curtis . A Música do Homem. RJ: Martins Fontes,1981. p.7
Foto: João Marcos Rodrigues Seabra, meu filho e Rodrigo Cardoso (que conheço desde seus 6 ou 7 anos)
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Em tempo de dor e angústia, como calar, consolar e tornar a alma quieta até tudo passar ?
E ela - a morte - chega de diversas formas. Alguns são levados por balas perdidas ou assaltos, por doença longa com muito sofrimento ou porque o coração cansa e morrem subitamente – assim foi com meu querido e amado pai – sendo idosos ou não.
Meu avô partiu com 104 anos, mas meu pai foi sem se despedir, aos 73 anos, depois de trabalhar o dia inteiro. Como a vida do meu pai foi importante para mim! Ninguém nunca saberá o quanto ... Minha mente entende, mas meu coração acha que ele ainda era muito novo. Eu, minha mãe Elcy , junto com minhas irmãs – Minie Lou, Dorine e Débora - sofremos muito, e foram momentos difíceis aqueles. Nem desconfiávamos que piores dias nos sobreviriam.
Enquanto o coração ainda cicatrizava, fomos tragadas pela tragédia que invadiu nossa família, quando no vigor da vida perdemos de uma só vez minha irmã caçula Débora Rodrigues Antunes, 41 anos, meu sobrinho Rodrigo Rodrigues Antunes, 20 anos e meu cunhado-irmão Luís Hollandino Antunes, 44 anos, no dia 9/12/2002, quando parte da sua casa desabou durante as chuvas torrenciais que invadiram Angra dos Reis. Eles, os pais, chegaram da Igreja bem tarde, pois estavam ensaiando para o Congresso de adoração, que minha irmã estaria dirigindo na semana seguinte. Rodrigo, meu sobrinho, dormia, e minha sobrinha, a Carol, de 13 anos esperava por eles. Chegando em casa, passado algum tempo e sentindo o perigo, Luís providenciou tudo na maior urgência, correndo para acordar seu filho que dormia tranqüilamente. Não houve tempo para nada, pois a tromba d’água que se abateu sobre a cidade saiu arrastando uma floresta sobre a casa nova que eles tinha construído três meses antes. Como é difícil relatar, escrever sobre isto, mesmo passados dez meses. Minha sobrinha Carol foi socorrida com vida - era costume minha irmã ler a Bíblia com a filha – pois sua mãe caiu por cima dela, ficando a Bíblia entre as duas.
Enquanto Carolina lutava no hospital em Angra, nós nos apegávamos à idéia de estarmos equilibrados - parecia que iríamos enlouquecer de tanta dor – para poder cuidar dela, cercá-la de todo amor e criá-la como minha irmã desejaria. Respirou por aparelhos, ficou em coma induzido para não sentir dor. Cada dia o quadro foi piorando, rins, pulmões, mas a nossa fé estava inabalável, pedindo a Deus que cuidasse dela e fizesse a sua Santa vontade na vida daquela menina serva de Deus que adorava o Senhor com danças, ministério este que levava muito a sério.
No dia 23/12, Carol fez 14 anos no hospital, e no dia seguinte, às 18h, ela partiu para junto de Deus. Disse para o médico que a assistiu nos momentos finais que gostaria de estar junto com seus pais, pois lá era melhor. Na manhã de Natal de 2002, lá estávamos nós no culto fúnebre de Carolina, a nossa menina, cantando e chorando na nossa meia-noite, apesar de ser apenas 11horas de uma manhã muito triste.
Existe uma razão? Perguntas, indagações assolam nossas mentes, pois queremos entender o que nunca aceitará nosso coração. E a única certeza vital para mim ao enfrentar aquele momento é que estou nas mãos de Deus. A verdade é que a única certeza em um momento de dor tão pungente, profundo - quando você é cristão realmente - é a da presença do Senhor, e isto será a realidade mais marcante, e isto sim, fará a diferença maior, pois é neste momento que poderemos provar para que serve a nossa fé. A notícia da morte ainda nos deixa perplexos, mesmo sabedores que somos finitos; mas por mais dura que seja a situação vivida, precisamos ter a certeza de que Deus está no controle de tudo. Ah, como é necessário muita fé para entoar um bendito como o povo de Israel fazia em todos os momentos: "Bendito seja o Senhor que, dia a dia, leva o nosso fardo! Deus é a nossa salvação" (Sl 68.19).
Sei que vamos sobreviver, " ... pois o necessitado não será para sempre esquecido, e a esperança dos aflitos não se há de frustrar perpetuamente (Sl 9.18). Precisamos vigiar para que não sintamos que fomos traídos por estarmos sofrendo, ou sentir que fomos desamparados pelo próprio Deus. Pode ser que você tenha sido ensinado que, como crente nunca sofreria , não perderia bens, empregos, familiares ou saúde. E se assim acontecer, não deixe a desilusão tomar conta da sua alma por ter aprendido que nada de mal afligiria os filhos de Deus. Como eu gostaria que você não sofresse... Pense: nosso Deus é muito maior do que pensamos, e então você pode ficar consolado, mesmo com saudades, quando entrega sem reservas a sua dor ao Senhor. Sei que é muito difícil fazer isto de verdade e também sei quão difícil é explicar o sofrimento do ponto de vista humano; mas se pudéssemos aquietar nosso coração e esperar no Senhor ...
Querido leitor, saiba que qualquer palavra nunca será suficiente para suavizar a dor da separação ou mesmo a dor visceral que toma conta do nosso corpo em um momento como este, mas a Palavra de Deus, vinda através dos amigos e irmãos, vem fortalecer o pensamento de que a paz de Deus precisa nos valer. Veja que bela oração é o hino 68HCC, 2ª estrofe: "Sem o teu alento, forças não terei / e ao meu sofrimento não resistirei./Tua mão fraterna minha vida conduz./ Esperança eterna; tudo és tu, Jesus.
Experimente o consolo, a certeza que vem da carta aos Romanos 11:33-36, quando o apóstolo Paulo entoa o seguinte hino de adoração ao Senhor: "Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Porque, quem compreendeu a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém". A minha dor ainda não cicatrizou e digo para vocês que de vez em quando vai doer... Mas isto só dá em gente... e gente que ama muito.
Eu nunca desanimo e nem deixo de lutar, mas a vida também segue seu rumo, e somos empurrados - literalmente - para nossas atividades de subsistência de modo que esquecemos de nós mesmos e de que existe um tempo de luto, até para uma reflexão; mas o corpo sente, então, que precisamos também do silêncio absoluto, do tempo da reflexão e do chorar. O problema é que muitas vezes precisamos consolar nossos familiares e então parece que crescemos além do sofrer; mas sempre chega "a noite", chega a nossa hora de estar dentro da nossa caverna.
Sabe, logo no início fazia como Elias, quando Deus lhe disse para reagir: Levantava, me alimentava, e saía para fazer o que precisava ser feito. Mas, sempre durante o dia surgia um momento em que precisava parar e ficar em repouso, escondida, pois era o momento crucial, quando as lembranças invadiam a alma. Dormia e saía pra trabalhar à noite. Em alguns momentos dormia somente por duas horas e é lógico que o corpo doía todo no dia seguinte e os pensamentos ficavam mais lentos. É preciso um cuidado redobrado para não adoecer, pois o sofrimento também acaba diminuindo a imunidade do corpo. Mas, Deus é e sempre foi em outras ocasiões a minha torre forte; faz-me lembrar de que sou humana, e, de que preciso parar. Parar para manutenção.
Sou a irmã mais velha e ela, a Débora, a caçula - que vi nascer literalmente, pois o parto foi em casa, e junto com meu pai fomos chamar a parteira - sendo a diferença de idade entre nós de 10 anos e nosso relacionamento mais do que irmãs. Levei-a para as vacinas, escola, ensinei piano, puxei orelhas, coloquei de castigo, aconselhava, marcava colado como qualquer mãe faria. Estive presente em reuniões de escola , entrega de boletim, providenciando documentos, passeando com ela, cursos de teatro... Para o seu casamento fiz dois grandes bolos – doce e salgado - cuidei da cerimônia, regi o coro. Foi minha grande ajudadora com meus filhos pequenos, me fazendo companhia. Vi seus filhos nascendo e minha casa era o porto de carinho e amor que eles sempre tinham e onde podiam estar.
Duas semanas antes de Deus convocá-la, ela me ligou e disse para eu não morrer e me cuidar, pois não resistiria se tal acontecesse, pois eu era a mãe que ela sempre desejou ter e que precisava muito do meu colo. Foi a última vez que nos falamos e por telefone ... Como eu desejaria estar com ela agora e dar-lhe muitos beijos e colos ! Sei que o tempo e a graça de Deus irão me ajudar.... Sei também que o Espírito de Deus , o Consolador, me ajudará a enfrentar e elaborar essa perda... Sei que Deus concederá paz ao coração da minha família, no tempo certo.
Sei e confio, pois na Palavra de Deus encontro as suas promessas e me uno ao salmista dizendo: "... dirão todos os cantores e tocadores de instrumentos: todas a minhas fontes estão em ti." (Sl 87.7); "Preciosa é à vista do Senhor, a morte dos seus santos." (Sl 116. 15); "Porém eu cantarei a respeito do teu poder; de manhã louvarei bem alto o teu amor, pois tu tens sido uma fortaleza para mim, um refúgio nos meus dias de aflição." (Sl 59.16); "O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã." (Sl 30.5) . Aliás, quando tudo aconteceu, minha mãe ficava andando pela casa, com a Bíblia aberta, lendo em Isaías 57.1: "Perece o justo, e não há quem considere isso em seu coração, os homens compassivos são retirados , sem que alguém considere que o justo é levado antes que venha o mal."
Eles amavam a Deus de uma maneira especial e Cristo reinava livremente nas suas vidas. Todos eram integrados e participantes no Reino do Senhor. Não mediam esforços investindo seu tempo e bens financeiros no Reino de Deus. A casa deles estava sempre cheia com muitos amigos após os cultos ou qualquer ocasião. O lar deles era um lugar de festa, amor, alegria e abrigo. A família ultimamente estava com uma maratona linda de leitura de livros cristãos e compartilhavam com alegria suas descobertas sobre a Palavra de Deus. Ainda hoje, como é difícil entender tudo o que acontece e por isto me apego na Palavra, onde e só ali poderei encontrar consolação . "Bem-aventurados os mortos, que desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras o acompanham." (Ap 14:13)
Recebi muitas mensagens de carinho tentando consolar . Algumas muito boas e outras que caíam no vazio, pois colocadas de forma não muito feliz, como: " ...vai passar...; não chore, eles já estão com o Senhor ; ... você vai encontrar com eles no céu; ...com o tempo, vai diminuir a dor! ; ...eram crentes? que bom, então já estão com Deus ! ... foi a vontade de Deus..." Precisamos estar atentos para não ficarmos repetindo frases decoradas e sem sentido, pois quem está sofrendo não precisa de muita coisa. Precisa apenas de abraço sincero em silêncio.
Sentir, ouvir os lamentos, enxugar as lágrimas, chorar e orar junto são expressões de solidariedade que fazem muito bem. Recebi palavras que soaram como jóias ao meu coração, como: "Sabemos que o bom Deus há de consolar seu coração...; choro com você; ..vou orar por você e seus familiares; ...estou à sua disposição se desejar minha ajuda, pode contar; ...quando tiver vontade de chorar, não se reprima; .. se quiser um ouvido, olha o meu telefone aí embaixo...
Li alguns livros que tinha comprado para ajudar minhas amigas enfermas e familiares em outras situações - pois aqui em casa, no espaço de 2 anos estávamos enterrando pessoas queridas de 6 em 6 meses - mas não podia imaginar que seriam úteis para mim em mais um momento de tristeza, que foi esta tragédia. Eis os livros: O nominável e o inominável., Mannoni, ed. Zahar ; Enfrentando a morte, J. Bayly, ed. Mundo Cristão; Quando alguém que você ama está morrendo, Drª Ruth Kopp, ed. Juerp; Quando a tragédia nos atinge, Almir Gonçalves Jr., ed. Juerp
Caro leitor, muitas circunstâncias nos são impostas e isto faz parte do estar vivo, é um caminhar sem volta, é algo inexorável. É a vida, meu irmão... é o enigma da morte, que quando vem de repente e em forma de tragédia, parece que nunca vamos aceitar, pois realmente, como é difícil entender a vontade de Deus na nossa vida. Mas, será que compete a mim entender? Acho que Deus é soberano e é meu pai. Aceito a sua vontade pela fé, a mesma que sempre me sustentou, pois vocês já pensaram quão poderosos seríamos se tudo fosse explicável. Sei que eles estão guardados por Deus e só me resta confiar e viver da melhor maneira, quer dizer, viver como Deus deseja, sendo alvo da Sua vontade e esperando a minha passagem. Minha 1ª neta está chegando e meu filho caçula, Felipe, e sua esposa Cyntia, resolveram chamá-la Débora ,como uma homenagem de quem está chegando para quem partiu e que foi vitoriosa em sua pouca vida.
Por que meus amores foram levados, jamais entenderei ... Luiz, Débora, Rodrigo e Carolina estavam aqui neste mundo como eu e você : somente de passagem. Sim, estamos passando. Simplesmente passando. Eles desejavam em vida abalar – este era o termo que usavam - Angra dos Reis com a Palavra de Cristo e assim fizeram. No domingo pela manhã, Débora disse para a sua igreja que quando morresse desejava que fosse só louvor em forma de cantos. Na madrugada de 2ª feira ela e sua linda família abalaram a cidade com cantos de adoração e gratidão ao Senhor entoados por seus amigos e familiares, no templo da Igreja evangélica congregacional. Honra e glória ao Senhor sejam sempre dadas para sempre, em qualquer circunstância.
Abraços,
Westh Ney Rodrigues Luz
domingo, 9 de outubro de 2011
Solidão da liderança
Li ontem no Facebook o desabafo de um jovem pastor dizendo da sua solidão, mesmo no meio de muitas pessoas. O seu pedido final era: "Quero alguém para desabafar, chorar e me sentir humano. Só isso. Graças a Deus eu tenho o consolo DELE."
Até pensei que fosse apenas uma frase, mas respondeu-me que sim, que era verdade o estar sentindo-se só.
Respondi-lhe:
"Sabe, não é fácil não a vida de um líder. Na maioria estarão sempre mais sós. Não podem confidenciar para amigos. Aliás, complicado ter amigos, correndo risco de ter sua vida devassada, além de estarem em posições, postos onde as pessoas esperam que sejam super heróis, pereitos, inatingíveis e quase um deus. Oro por vc . Deus é sempre nosso maior bem."
Hoje fiquei pensando que deveria recorrer ao meu grupo de amigos para encontrar algum texto que conheçam para que eu repasse para este irmão. É isto que estou fazendo com este e-mail.
Sei que todos nós já nos sentimos assim em algum momento e pergunto - Será que vocês podem enviar algum artigo, ou testemunho, ou idéias para que eu o ajude?
Isaías 61. 1-4 - “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar as boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e abertura de prisões aos presos; a apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus (...) então edificarão os lugares antigamente assolados e restaurarão os de antes destruídos, e renovarão as cidades assoladas, destruídas de geração em geração.
Como ajudar os pastores e líderes solitários?
abraços
westh ney
“No essencial - unidade; nas diferenças - liberdade; e em todas as coisas - o amor." (teólogo Peter Meiderlin)
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
Celebrando a nossa Fé com canções que fizeram parte da nossa história
Este é o tema do Encontro
TRAZENDO À MEMÓRIA O QUE NOS TRAZ ESPERANÇA E ALEGRIA
Dia 07/10/2011 às 15h Igreja Batista Itacuruçá, Tijuca, Rio
Pça Barão de Corumbá, 49, Tijuca, Rio
Grupo Pedras Vivas: Pr. Alcenir Mota/Margareth Borges
Cantaremos canções que eram entoadas nos anos 69 e década de 70 no Clube Bíblico e Acampamento Palavra da Vida/SP
Participantes:
Piano: Suely Maia; órgão: Domitila Ballesteros; direção/ordem do culto: Westh Ney Luz; Grupo Pedras Vivas: Pr. Alcenir Mota/Margareth Borges; pastor da Igreja: Pr. Israel Belo de Azevedo
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
Discurso de Steve Jobs na íntegra_texto e vídeo
É preciso encontrar o que você ama"
"Estou honrado por estar aqui com vocês em sua formatura por uma das melhores universidades do mundo. Eu mesmo não concluí a faculdade. Para ser franco, jamais havia estado tão perto de uma formatura, até hoje. Pretendo lhes contar três histórias sobre a minha vida, agora. Só isso. Nada demais. Apenas três histórias.
A primeira é sobre ligar os pontos.
Eu larguei o Reed College depois de um semestre, mas continuei assistindo a algumas aulas por mais 18 meses, antes de desistir de vez. Por que eu desisti?
Tudo começou antes de eu nascer. Minha mãe biológica era jovem e não era casada; estava fazendo o doutorado, e decidiu que me ofereceria para adoção. Ela estava determinada a encontrar pais adotivos que tivessem educação superior, e por isso, quando nasci, as coisas estavam armadas de forma a que eu fosse adotado por um advogado e sua mulher. Mas eles terminaram por decidir que preferiam uma menina. Assim, meus pais, que estavam em uma lista de espera, receberam um telefonema em plena madrugada ¿"temos um menino inesperado aqui; vocês o querem?" Os dois responderam "claro que sim". Minha mãe biológica descobriu mais tarde que minha mãe adotiva não tinha diploma universitário e que meu pai nem mesmo tinha diploma de segundo grau. Por isso, se recusou a assinar o documento final de adoção durante alguns meses, e só mudou de idéia quando eles prometeram que eu faria um curso superior.
Assim, 17 anos mais tarde, foi o que fiz. Mas ingenuamente escolhi uma faculdade quase tão cara quanto Stanford, e por isso todas as economias dos meus pais, que não eram ricos, foram gastas para pagar meus estudos. Passados seis meses, eu não via valor em nada do que aprendia. Não sabia o que queria fazer da minha vida e não entendia como uma faculdade poderia me ajudar quanto a isso. E lá estava eu, gastando as economias de uma vida inteira. Por isso decidi desistir, confiando em que as coisas se ajeitariam. Admito que fiquei assustado, mas em retrospecto foi uma de minhas melhores decisões. Bastou largar o curso para que eu parasse de assistir às aulas chatas e só assistisse às que me interessavam.
Nem tudo era romântico. Eu não era aluno, e portanto não tinha quarto; dormia no chão dos quartos dos colegas; vendia garrafas vazias de refrigerante para conseguir dinheiro; e caminhava 11 quilômetros a cada noite de domingo porque um templo Hare Krishna oferecia uma refeição gratuita. Eu adorava minha vida, então. E boa parte daquilo em que tropecei seguindo minha curiosidade e intuição se provou valioso mais tarde. Vou oferecer um exemplo.
Na época, o Reed College talvez tivesse o melhor curso de caligrafia do país. Todos os cartazes e etiquetas do campus eram escritos em letra belíssima. Porque eu não tinha de assistir às aulas normais, decidi aprender caligrafia. Aprendi sobre tipos com e sem serifa, sobre as variações no espaço entre diferentes combinação de letras, sobre as características que definem a qualidade de uma tipografia. Era belo, histórico e sutilmente artístico de uma maneira inacessível à ciência. Fiquei fascinado.
Mas não havia nem esperança de aplicar aquilo em minha vida. No entanto, dez anos mais tarde, quando estávamos projetando o primeiro Macintosh, me lembrei de tudo aquilo. E o projeto do Mac incluía esse aprendizado. Foi o primeiro computador com uma bela tipografia. Sem aquele curso, o Mac não teria múltiplas fontes. E, porque o Windows era só uma cópia do Mac, talvez nenhum computador viesse a oferecê-las, sem aquele curso. É claro que conectar os pontos era impossível, na minha era de faculdade. Mas em retrospecto, dez anos mais tarde, tudo ficava bem claro.
Repito: os pontos só se conectam em retrospecto. Por isso, é preciso confiar em que estarão conectados, no futuro. É preciso confiar em algo - seu instinto, o destino, o karma. Não importa. Essa abordagem jamais me decepcionou, e mudou minha vida.
A segunda história é sobre amor e perda.
Tive sorte. Descobri o que amava bem cedo na vida. Woz e eu criamos a Apple na garagem dos meus pais quando eu tinha 20 anos. Trabalhávamos muito, e em dez anos a empresa tinha crescido de duas pessoas e uma garagem a quatro mil pessoas e US$ 2 bilhões. Havíamos lançado nossa melhor criação - o Macintosh - um ano antes, e eu mal completara 30 anos.
Foi então que terminei despedido. Como alguém pode ser despedido da empresa que criou? Bem, à medida que a empresa crescia contratamos alguém supostamente muito talentoso para dirigir a Apple comigo, e por um ano as coisas foram bem. Mas nossas visões sobre o futuro começaram a divergir, e terminamos rompendo - mas o conselho ficou com ele. Por isso, aos 30 anos, eu estava desempregado. E de modo muito público. O foco de minha vida adulta havia desaparecido, e a dor foi devastadora.
Por alguns meses, eu não sabia o que fazer. Sentia que havia desapontado a geração anterior de empresários, derrubado o bastão que havia recebido. Desculpei-me diante de pessoas como David Packard e Rob Noyce. Meu fracasso foi muito divulgado, e pensei em sair do Vale do Silício. Mas logo percebi que eu amava o que fazia. O que acontecera na Apple não mudou esse amor. Apesar da rejeição, o amor permanecia, e por isso decidi recomeçar.
Não percebi, na época, mas ser demitido da Apple foi a melhor coisa que poderia ter acontecido. O peso do sucesso foi substituído pela leveza do recomeço. Isso me libertou para um dos mais criativos períodos de minha vida.
Nos cinco anos seguintes, criei duas empresas, a NeXT e a Pixar, e me apaixonei por uma pessoa maravilhosa, que veio a ser minha mulher. A Pixar criou o primeiro filme animado por computador, Toy Story, e é hoje o estúdio de animação mais bem sucedido do mundo. E, estranhamente, a Apple comprou a NeXT, eu voltei à empresa e a tecnologia desenvolvida na NeXT é o cerne do atual renascimento da Apple. E eu e Laurene temos uma família maravilhosa.
Estou certo de que nada disso teria acontecido sem a demissão. O sabor do remédio era amargo, mas creio que o paciente precisava dele. Quando a vida jogar pedras, não se deixem abalar. Estou certo de que meu amor pelo que fazia é que me manteve ativo. É preciso encontrar aquilo que vocês amam - e isso se aplica ao trabalho tanto quanto à vida afetiva. Seu trabalho terá parte importante em sua vida, e a única maneira de sentir satisfação completa é amar o que vocês fazem. Caso ainda não tenham encontrado, continuem procurando. Não se acomodem. Como é comum nos assuntos do coração, quando encontrarem, vocês saberão. Tudo vai melhorar, com o tempo. Continuem procurando. Não se acomodem.
Minha terceira história é sobre morte.
Quando eu tinha 17 anos, li uma citação que dizia algo como "se você viver cada dia como se fosse o último, um dia terá razão". Isso me impressionou, e nos 33 anos transcorridos sempre me olho no espelho pela manhã e pergunto, se hoje fosse o último dia de minha vida, eu desejaria mesmo estar fazendo o que faço? E se a resposta for "não" por muitos dias consecutivos, é preciso mudar alguma coisa.
Lembrar de que em breve estarei morto é a melhor ferramenta que encontrei para me ajudar a fazer as grandes escolhas da vida. Porque quase tudo - expectativas externas, orgulho, medo do fracasso - desaparece diante da morte, que só deixa aquilo que é importante. Lembrar de que você vai morrer é a melhor maneira que conheço de evitar armadilha de temer por aquilo que temos a perder. Não há motivo para não fazer o que dita o coração.
Cerca de um ano atrás, um exame revelou que eu tinha câncer. Uma ressonância às 7h30min mostrou claramente um tumor no meu pâncreas - e eu nem sabia o que era um pâncreas. Os médicos me disseram que era uma forma de câncer quase certamente incurável, e que minha expectativa de vida era de três a seis meses. O médico me aconselhou a ir para casa e organizar meus negócios, o que é jargão médico para "prepare-se, você vai morrer".
Significa tentar dizer aos seus filhos em alguns meses tudo que você imaginava que teria anos para lhes ensinar. Significa garantir que tudo esteja organizado para que sua família sofra o mínimo possível. Significa se despedir.
Eu passei o dia todo vivendo com aquele diagnóstico. Na mesma noite, uma biópsia permitiu a retirada de algumas células do tumor. Eu estava anestesiado, mas minha mulher, que estava lá, contou que quando os médicos viram as células ao microscópio começaram a chorar, porque se tratava de uma forma muito rara de câncer pancreático, tratável por cirurgia. Fiz a cirurgia, e agora estou bem.
Nunca havia chegado tão perto da morte, e espero que mais algumas décadas passem sem que a situação se repita. Tendo vivido a situação, posso lhes dizer o que direi com um pouco mais de certeza do que quando a morte era um conceito útil mas puramente intelectual.
Ninguém quer morrer. Mesmo as pessoas que desejam ir para o céu prefeririam não morrer para fazê-lo. Mas a morte é o destino comum a todos. Ninguém conseguiu escapar a ela. E é certo que seja assim, porque a morte talvez seja a maior invenção da vida. É o agente de mudanças da vida. Remove o velho e abre caminho para o novo. Hoje, vocês são o novo, mas com o tempo envelhecerão e serão removidos. Não quero ser dramático, mas é uma verdade.
O tempo de que vocês dispõem é limitado, e por isso não deveriam desperdiçá-lo vivendo a vida de outra pessoa. Não se deixem aprisionar por dogmas - isso significa viver sob os ditames do pensamento alheio. Não permitam que o ruído das outras vozes supere o sussurro de sua voz interior. E, acima de tudo, tenham a coragem de seguir seu coração e suas intuições, porque eles de alguma maneira já sabem o que vocês realmente desejam se tornar. Tudo mais é secundário.
Quando eu era jovem, havia uma publicação maravilhosa chamada The Whole Earth Catalog, uma das bíblias de minha geração. Foi criada por um sujeito chamado Stewart Brand, não longe daqui, em Menlo Park, e ele deu vida ao livro com um toque de poesia. Era o final dos anos 60, antes dos computadores pessoais e da editoração eletrônica, e por isso a produção era toda feita com máquinas de escrever, Polaroids e tesouras. Era como um Google em papel, 35 anos antes do Google - um projeto idealista e repleto de ferramentas e idéias magníficas.
Stewart e sua equipe publicaram diversas edições do The Whole Earth Catalog, e quando a idéia havia esgotado suas possibilidades, lançaram uma edição final. Estávamos na metade dos anos 70, e eu tinha a idade de vocês. Na quarta capa da edição final, havia uma foto de uma estrada rural em uma manhã, o tipo de estrada em que alguém gostaria de pegar carona. Abaixo da foto, estava escrito "Permaneçam famintos. Permaneçam tolos". Era a mensagem de despedida deles. Permaneçam famintos. Permaneçam tolos. Foi o que eu sempre desejei para mim mesmo. E é o que desejo a vocês em sua formatura e em seu novo começo.
Mantenham-se famintos. Mantenham-se tolos.
Muito obrigado a todos."
Fonte: site da Universidade de Stanford
Tradução: Paulo Migliacci ME
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quarta-feira, 5 de outubro de 2011
AO VIVO_27ª Conferência Fiel para Pastores e Líderes
www.editorafiel.com.br
Assista à transmissão ao vivo da 27ª Conferência Fiel para Pastores e Líderes 2011.
Os preletores: John Piper, Stuart Olyott, Franklin Ferreira, Augustus Nicodemus, Mauro Meister, Sillas Campos e R. W. Glenn falam sobre: Evangelização e Missões. Clique e assista!
http://www.editorafiel.com.br/aovivo/
Dia 05/10 - quarta
Hoje, agora - 9h30 - Augustus Nicodemus;
11h - R.W.Glenn;
12h - mesa redonda;
20h - John Piper;
21h30 - Stuart Olyott
terça-feira, 13 de setembro de 2011
Brasília_Simpósio de Adoração_IBE
Estive desde 5ª feira dia 8/09/2011 em Brasília.
Fui recebida com muito carinho pelo MM Samuel de Barros e MM Joel Mesquita. Fiquei na casa do MM Samuel Barros e sua esposa Angélica no Guará. São simplesmente amáveis e familiares
De sexta até domingo fiquei na Igreja Batista Esperança e foi uma bênção conviver de perto com Pr. Fernando Cintra o pastor da Igreja e com sua esposa Pra. Zenilda Regianne Cintra e sua filha, a linda Thaís. Fiquei hospedada na casa deles em Águas Claras. Eles são amorosos, alegres e muito inteligentes.
Vejam as fotos.
Adorar como um caminho de cura espiritual e total...
Adoração, que é no grego e hebraico, biblicamente falando curvar-se, prostrar-se em honra e submissão ao Senhor Deus, o Poderoso, Onipotente, Onisciente, Onipresente, o Alfa e ômega da existência, o Amoroso, Benigno, Compassivo, JUSTO, Digno e o que cada um pode constatar na seu Encontro e caminhada com ELE, provoca nossa reflexão sobre nós mesmos.
Pensando, constatando assim, lançamos um olhar sobre quem somos e o que faremos diante do ETERNO que nos desnuda. Isto nos leva à meditação que nada somos e a constatação que não podemos e nem queremos viver sem esta presença doce e digna que nos dá a dimensão de nós mesmos.
Ao percebermos quem somos e a fragilidade do que somos feitos começamos a nossa cura pois, então agora sim, o Senhor pode purificar e perdoar-nos pois, na Adoração, como disse acima, fomos confrontados com o Santo de Israel e na meditação sobre isto caímos e reconhecemos humildemente que nada somos, mas o seu amor nos alcançou- então só nos resta a Confissão - Perdoa-me Senhor!
E quando a Confissão, o reconhecimento acontece então começou a cura realmente.
O Senhor Deus alivia a nossa alma com seu presente gracioso que é a SUA GRAÇA e nos perdoa. Nasce agora uma nova criatura pronta para atender o apelo do seu Senhor:
- "A quem enviarei ao povo que precisa desta mesma Graça? Quem enviarei para alegrar, confortar e fazer diferença neste mundo?"
Queridos amigos só pode proclamar ou ter ou receber de Deus uma missão de Deus quem teve a Visão do Senhor da Obra.
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
AGENDA - 2011 - 2º semestre
1. Dias 18/22 – Gov. Valadares
Igreja Batista Memorial_37 anos
2. Dia 27 - Posse do Roosevelt Arantes - Resende
SETEMBRO
1. Dias 01 a 07 – Fortaleza
2. Dias 08 a 12 – Brasília
Igrejas Batista Guará, dia 08
Igreja Batista Esperança – Simpósio sobre - A Honra e o Artista
• Palestras, Oficina coral e Culto cantado
3. Dia 25 - Noite – Porto da Madama, RJ
OUTUBRO
1. Dia 08/10 - Cha´com mulheres na Comunidade Rio2
2. Dia 15/10 - Posse do MM Anderson Alves - PIB Tinguá, Campo Grande, Rio
3. Dias 22 e 23 - PIB de Volta Redonda
4. Dia 27 e 28 - Três Rios - Música e Adoração
NOVEMBRO
1. Dias 05 e 06 - São Matheus
2. Dias 11 a 14 – Coro na Bagagem do STBSB –(?) Ipatinga, MG
3. Dias 19 e 20 – Confirmando ainda_Goiânia
4. Dias 26 e 27 - Missão ITA_São Gonçalo
DEZEMBRO
1. Jason Costa_ Igreja Batista Monte Moriá, em Caxias (entre 5 e 8/12) Concílio e Culto de Gratidão
2. Agenda encerrada para atender a família
domingo, 14 de agosto de 2011
DEÍSMO MORALISTA TERAPÊUTICO
Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho
A expressão “deísmo moralista terapêutico” foi criada pelo sociólogo Christian Smith para designar a compreensão de Deus nutrida pelos jovens norte-americanos. Ele pesquisou durante cinco anos a visão religiosa dos adolescentes dos Estados Unidos, e publicou suas conclusões no livro Soul searching: the religious and spirituals lives of american teenagers (Oxford University Press). Ele mostra como esta visão está distante do ensino bíblico. Algumas de suas conclusões estão em português, nos livros Cristianismo sem Cristo – o evangelho alternativo da igreja atual, de Michael Horton (Editora Cultura Cristã) e Deuses falsos, de Timothy Keller (Thomas Nelson). Examinando-as, o leitor verificará que em nada diferem dos adolescentes brasileiros, nem dos crentes em geral. Lendo estas obras constatei que o credo evangélico brasileiro é, sem sombras de dúvida, o deísmo moralista terapêutico.
O deísmo moralismo terapêutico pode ser definido como “Uma crença em que Deus abençoa e leva para o céu as pessoas boas e sinceras que tentam viver uma vida decente aqui na terra (o moralismo). A coisa mais importante da vida é se sentir bem, estar em paz consigo mesmo, e ser feliz (o terapêutico). Deus não precisa estar envolvido em nossa vida, ou seja, não é um Deus pessoal. A não ser nos momentos de aperto, quando ele se aproxima e nos socorre (o deísmo)”.
Horton fez uma boa descrição dos seus pontos:
1. Deus criou o mundo.
2. Deus quer que sejamos bons, educados e justos uns com os outros, como
todas as religiões ensinam.
3. O objetivo central da vida é estar em paz consigo mesmo.
4. Deus não precisa estar envolvido com ninguém, exceto quando a situação
for muito aflitiva.
5. Todas as pessoas boas vão para o céu.
Sintetizando:
Deus é uma força criadora, uma energia. Devemos ser bons. A felicidade é o bem supremo da vida. Não precisamos procurar por Deus, a não ser quando a coisa fica feia. E a salvação é universal. É uma religião humanista em que o Transcendente não é tão relevante assim. O fiel olha para baixo, ao invés de olhar para cima. Olha para dentro, ao invés de olhar para fora. A preocupação é consigo mesmo, e não com o mundo. A ética é calcada sobre si, pois a decência na vida é para se sentir bem, em paz, não por amor ao próximo ou como um ato de culto a Deus. É uma barganha, nada mais.
Isto não é exclusivo dos jovens americanos ou brasileiros. Parece ser a pregação nas igrejas evangélicas, que baniram o pecado, a necessidade de expiação, a morte vicária de Cristo e a condenação para os que o rejeitam. E onde o Transcendente é apenas uma Força que pode ser manipulada em benefício do fiel. Num mundo egoísta, em que as pessoas querem apenas satisfazer suas carências e vêem Deus como o grande quebrador de galhos, que vai enriquecê-las e resolver todos os seus problemas, esta mensagem encontra grande aceitação. Deus existe para seu benefício e satisfação pessoal. Há igrejas que estão há anos sem ouvir um sermão sobre a obra vicária de Cristo, a chamada ao arrependimento e abandono do pecado.
A mensagem parece ser esta: você tem direitos, deve exigi-los, e se souber exigir segundo aquela igreja ensina, será abençoado. Mesmo que viva em pecado. Aliás, pecado caiu em desuso. O único pecado é a falta de amor. Um livro bem interessante sobre este tema é de um teólogo católico, Moser: O pecado ainda existe? (Edições Paulinas). Parece que não. Existe apenas a necessidade dos clientes a serem satisfeitos na igreja.
A pregação de hoje parece mais focada na terapia (como Deus pode tornar alguém feliz) do que nas exigências de Deus. As necessidades do cliente são mais fortes que a proclamação da santidade de Deus. Oferece-se graça (geralmente ligada à saúde, bens materiais e resolução de conflitos familiares), mas omite-se a santidade de Deus. Quando você ouviu (ou pregou) pela última vez, um sermão falando da santidade de Deus e do pecado humano?
Há pregadores mais interessados em fidelizar clientes, dizendo-lhes o que querem ouvir do que proclamar os atos de Deus em Cristo, dizendo o que Deus quer ouvir. Prova disso são as faixas de campanhas de igreja, que relaciono a seguir (faixas reais, que vi): “Venha buscar sua bênção!”, “Uma bênção a cada culto!”, “Nós temos uma bênção para você!”, “Você nasceu para vencer!”, “Aprenda a vencer o Devorador”, “Venha recuperar o que é seu”, “Aqui, a bênção é maior!”. E, por incrível que pareça, esta (não vi, mas me disseram): “Aqui, o seu dízimo é apenas 7%” (e há gente pedindo 30%!).
Há pregadores que colocam o foco em si. Sua mensagem glorifica seu ministério. Antigamente os crentes oravam dizendo: “Esconde teu servo atrás da cruz de Cristo”. Hoje há quem esconda a cruz de Cristo atrás de si. Como disse um membro de igreja: “O tema predileto de nosso pastor é ele mesmo”. Com este tipo de pregação personalista, massageadora do ego, lisonjeira ao pecador, não é se de admirar que o deísmo moralista terapêutico esteja em expansão. É o credo oculto de muitas igrejas. Mas bem explícito nas pregações.
Preocupa-me ver que as igrejas hoje estejam caminhando para o ecologismo, num discurso politicamente correto, mais interessadas em mostrar sintonia com os novos tempos, do que se prender aos velhos tempos. Igreja tem função mais importante que falar de ecologia e ensinar coleta seletiva de lixo.
Ela é pregoeira dos atos de Deus em Cristo. Ela deve dizer como Paulo: “Porquanto decidi nada saber entre vós, a não ser Jesus Cristo, e este crucificado“ (1Co 2.2). Sua missão é mais ampla e mais profunda que dizer aos homens que devem bons e amigáveis. Ela deve dizer: “Assim, vos suplicamos em nome de Cristo que vos reconcilieis com Deus” (2Co 5.20).
A igreja deve pregar o evangelho e pregar o evangelho não é fazer saraus musicais ou shows gospéis. É dizer que o homem é pecador, que necessita se arrepender de seus pecados e crer em Jesus Cristo, que ele voltará em poder e glória e julgará o mundo. No deísmo moralista terapêutico, nossa função é apenas cuidar do mundo que a Força Cósmica produziu.
O deísmo moralista terapêutico tem avançado porque igrejas e pregadores têm negligenciado a pregação autêntica. As igrejas não devem se preocupar em serem “igrejas amigáveis”, mas sim de serem igrejas leais à essência do evangelho. E esta ainda é a mesma: “... Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras” (1Co 15.3-4) e “... a trombeta soará... “(1Co 15.52).
Deísmo moralista terapêutico é a perversão do evangelho. É um evangelho humano, de gente que se serve do evangelho, mas não prega a verdade bíblica. É uma infelicidade para a igreja porque a enche de pessoas que sequer sabem o que é seguir a Cristo, mas que se julgam cristãs. Imunizam-se contra o verdadeiro evangelho. Deus cobrará desses pregadores e dessas igrejas o desvio que fizeram.
O evangelho que Jesus revelou é “Cristo crucificado, poder de Deus para salvação de todo aquele que crê. O evangelho do deísmo moralista terapêutico é a negação de Jesus. É anátema. Que seja recusado. Está na hora das igrejas e dos pregadores voltarem à Bíblia, e mais particularmente, ao Novo Testamento.
Isaltino Gomes Coelho, escritor, professor e mestre em Teologia (VT) e pastor da Igreja Batista em Macapá.
terça-feira, 22 de março de 2011
Ed René Kivitz, Fabício Cunha e Truman Herring
Gente amiga, alunos e ex-alunos
Vejam com especial atenção nossas comemorações pelos 103 anos do Seminário do Sul com as Conferências Ministeriais com Ed René Kivitz, Fabício Cunha e Truman Herring
Dias 28/03 até 31/03, na Capela - sempre às 19h
Rua José Higino 416, Tijuca, Rio - tel.: 2570-1833
Com os pastores:
1. Fabrício Cunha -
http://www.youtube.com/watch?v=F8UddaovqVQ&feature=related
http://fabriciocunha.com.br/quer-se-relacionar-bem-no-minimo/
Natural de São José dos Campos. Pastor dos jovens da Igreja Batista de Água de Água Branca, em São Paulo . Faz mestrado em Ciências da Religião na Universidade Metodista de São Paulo. Está envolvido com o Fórum Jovem de Missão Integral , com a Fraternidade Teológica Latino Americana , com o Usina 21, com a JUMOC , comitê de Lausanne e com a formação de uma Aliança Evangélica no Brasil
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2. Ed René Kivitz -
http://www.youtube.com/edrenekivitz
http://edrenekivitz.com/blog/
Ed René Kivitz graduado em Teologia pela Faculdade Teológica Batista de São Paulo, mestre em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo; pastor presidente
da Igreja Batista de Água de Água Branca, em São Paulo; autor de Quebrando paradigmas (Abba Press), Vivendo com propósitos, Outra Espiritualidade e O livro mais mal humorado da Bíblia (Mundo Cristão); idealizador do Fórum Cristão de Profissionais.
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3. Truman Herring -
http://www.bocaglades.org/site/
http://www.bocaglades.org/site/audiodownloads.asp?sec_id=140006321&dlyear=2010&dlcat=0
Truman Herring - Pastor titular da Igreja Batista de Boca Glades, em Boca Raton, na Florida – EUA, desde 1988. Pastoreou no Estado de Washington, Mississippi e Louisiana.
Tem um chamado para pastorear e treinar pastores ao redor do mundo.
Pastor Truman exerce um ministério missionário de grande monta na Índia e, desde 2006, no Brasil tem falado em muitoas Convenções estaduais. Escritor sobre ministério cristão,acaba de lançar pela Editora Convicção seu livro "Ministério nas tempestades", voltado para a vivência do ministério pastoral.
Espero vocês por lá.
É gratuito.
Pago?
Só por 10,00 cada dia para o café da manhã, dias 30 e 31/03 - 8h
Dia 30 - com Ed René Kivitz
Dia 31 - com Truman Herring.
Dia 28/03 - - 21h - Sarau com poesia e música_grátis
Vejam tudo no e-mail abaixo ou no site www.fabat.com.br ou no telefone 2570 - 1833
beijos e abraços saudosos de todos vocês, da alegria e dos abraços também.
abraços
westh ney - http://www.blogdawesth.blogspot.com/
“No essencial - unidade; nas diferenças - liberdade; e em todas as coisas - o amor." (teólogo Peter Meiderlin)
Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil - STBSB/ FABAT, Tijuca - Rio
Licenciatura em Música (com especialização em Gestão de música eclesiástica), Teologia e Pedagogia.
Cursos de Extensão | Cursos a distância
www.seminariodosul.com.br I www.fabat.com.br
quinta-feira, 10 de março de 2011
Carta de Niterói
Durante a sua última sessão, os participantes da 91ª Assembleia da Convenção Batista Brasileira (CBB) aprovaram a “Carta de Niterói”, documento por meio do qual os batista brasileiros assumem uma posição clara em prol da preservação da criação de Deus. Leia a íntegra do documento:
Nós, batistas brasileiros, reunidos na cidade de Niterói (RJ), em janeiro de 2011
CREMOS que
o Universo e o ser humano foram criados por Deus para a sua glória;
a vida e o Universo, em todos os sentidos, foram dados ao ser humano como um presente de Deus;
o Universo foi dado ao ser humano para a sua morada, sustento e para o desenvolvimento de sua história de vida;
o ser humano foi criado como um ser livre, mas, ao mesmo tempo, dependente da soberania de Deus;
Deus delegou ao ser humano a gestão sábia, criativa e sustentável de sua vida e da natureza;
depois da queda e rebeldia após a criação, o ser humano desvirtuou-se dos propósitos divinos da criação e passou a gerir sem sabedoria a sua vida e a natureza, sem se preocupar com a sua sustentabilidade;
que o Evangelho de Jesus Cristo traz não somente a restauração espiritual do ser humano, mas uma nova vida e esperança à humanidade;
que os ideais do Evangelho de Jesus Cristo recuperam os ideais originais da criação reconciliando-a com o Criador.
Neste sentido, DECLARAMOS que
ao longo da história, o ser humano ultrapassou os limites da gestão sustentável da natureza e que, por conta dessa atitude, o Planeta Terra está em perigo;
já não é possível mais o ser humano continuar a ser um consumidor da realidade, da vida e do Planeta Terra;
os dilemas ambientais e ecológicos não afetam apenas o cosmos, mas também a natureza humana e, neste sentido, o ser humano como um micro-cosmo também tem prejudicado a sua saúde física, mental-emocional, social e espiritual pelo inconsequente e imediatista estilo de vida adotado;
os cristãos, em geral, têm se preocupado mais com a redenção espiritual do ser humano, nem sempre considerando o ser humano e a vida em todos os seus aspectos.
Por fim, CONCLAMAMOS que
os cristãos de toda a Terra busquem compreender que o Evangelho todo é para todo o ser humano e para o ser humano todo, incluindo a sustentabilidade da vida humana e da natureza;
cada ser humano assuma o compromisso de cuidar com sabedoria, criatividade e sustentabilidade de sua vida, de seus relacionamentos e da natureza;
os empresários assumam o compromisso de participar da preservação do ambiente em seus mais variados aspectos – social, ecológico, distribuição justa de bens e oportunidades para todos;
os empreendimentos imobiliários sejam planejados e executados de modo a preservar o meio ambiente e a transformar o Planeta Terra numa habitação segura para a vida humana;
que a educação ambiental e para a vida seja incluída na formação do sujeito histórico desde a sua infância em nossa Nação.
as autoridades governamentais, em todos os níveis, lutem contra a inépcia, a corrupção, o imediatismo, estabelecendo legislação sábia, séria e respeitosa à vida humana, à preservação e ocupação do meio ambiente;
as autoridades assumam com seriedade o papel de agente fiscalizador do uso sustentável da natureza de modo a preservar também a vida humana, evitando assim os desastres ambientais como os que ultimamente temos sofrido.
Tudo isto para que conquistemos a VIDA PLENA E O MEIO AMBIENTE.
Niterói (RJ), 91ª Assembleia da Convenção Batista Brasileira, 25 de janeiro de 2011
Comissão da Carta de Niterói
Mere Márcia Prado Bello
Norton Riker Lages
Lourenço Stelio Rega (relator)
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
Hoje, no STBSB_ "Resultantes da interface entre a paisagem sonora eclesial e a vida plena"
Prof. Dr. Theógenes Eugênio Figueiredo, no STBSB/FABAT, HOJE, dia 17/02, 19h30
"Resultantes da interface entre a paisagem sonora eclesial e a vida plena"
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O Seminário do Sul/Faculdade Batista do Rio de Janeiro inicia o ano letivo de 2011 com uma série de Conferências Docentes que acontecem desde dia 14 encerrando amanhã, sexta dia 18.02. De segunda a sexta-feira um preletor diferentecom uma palestra sobre "Vida Plena e Meio Ambiente". Confira abaixo a programação, o tema das conferências e os conferencistas:
14.02, segunda
19h30 - Abertura Musical
19h40 - Conferência de Abertura - Prof. Ms. Davidson Farias
20h30 - Abertura para debate com os alunos
21h - Encerramento
15.02, terça
19h30 - Abertura Musical
19h40 – “ECOLOGIA? – A 'PERGUNTA DE SENTIDO' PRA TEOLOGIA E PRA SOCIEDADE. SERIA TEOLÓGICO BUSCAR A REINVENÇÃO DO MUNDO?” (Prof. Dr. Delambre de Oliveira)
20h30 - Abertura para debate com os alunos
21h - Encerramento
16 .03, quarta
19h30 - Abertura Musical
19h40 - “UMA ECOLOGIA REFÉM DO PODER ECONÔMICO: LEITURA SOCIO-ECONÔMICA DE DT 5,12-15” (Prof. Ms Fábio Py)
20h30 - Abertura para debate com os alunos
21h - Encerramento
17.02, quinta
19h30 - Abertura Musical
19h40 – “RESULTANTES DA INTERFACE ENTRE A PAISAGEM SONORA ECLESIAL E A VIDA PLENA” (Prof. Dr. Theógenes E. Figueiredo)
20h30 - Abertura para debate com os alunos
21h - Encerramento
18.02, sexta-feira
19h30 - Abertura Musical
19h40 – Mesa redonda “MÚLTIPLOS OLHARES SOBRE A VIDA PLENA E O MEIO AMBIENTE” (Profª. Esp. Ana Laura Defáveri, Profª. Drª. Maria Celeste C. Machado, Profª. Esp. Cíntia Ândria e Profª. Drª. Teresa Akil).
20h30 - Abertura para debate com os alunos
21h - Encerramento
Seminário do Sul/Faculdade Batista do Rio de Janeiro – STBSB/FABAT
Rua José Higino 416 - Tijuca, Rio
2570-1833
Entrada franca