quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

Prelúdio 179 _ OH, VEM ME ENSINAR, SENHOR


 Caros leitores

O tema da CBB – Convenção Batista Brasileira de 2024 é - Vivamos o amor. Sua divisa está em João 13.35 que diz – “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”. Que desafio temos, pensando nos desdobramentos do amor pelas ênfases de cada mês. Não deixe de se aprofundar com seus liderados cada tema proposto. Temos versículos bíblicos que poderão ajudar você nas suas falas e ordens de culto.  Ah, como é fácil falar de amor, mas como é difícil diariamente lembrar de conjugar esse verbo. Verbo é ação. Amar é ação diária e de diversas maneiras.  

Na revista 178, foi ressaltado que deveríamos viver o verdadeiro amor na comunhão entre os irmãos, do próximo em suas necessidades e anunciando Cristo ao mundo. Nessa revista (179) o apelo é vivermos o verdadeiro amor, ensinando as verdades de Cristo, o amor nos nossos lares, sendo o cuidado com o outro. Quantos desafios!

Um hino que me encantou na revista 179, foi o do mês de abril, o 475 HCC, “Vem me ensinar, Senhor”, de Keegen, Kaschel, Hodges e Ralph Manuel, que diz assim:

1. Vem me ensinar, Senhor, a tua santa lei.
Os teus preceitos tão fiéis meus próprios eu farei.
Na senda que eu trilhar derrama a tua luz.
Desejo ter a doce paz que o teu amor produz.

3. Vem me ensinar, Senhor, a espalhar a luz.
Que todos, ricos e plebeus, conheçam a Jesus.
Vem avivar em mim o zelo e o fervor.
Que todos venham adorar a ti, ó Deus de amor.


A doce paz que queremos é produzida pelo amor de Deus. Esse amor que nos faz ir ao encontro de qualquer classe social – “ricos e plebeus para que “conheçam a Jesus” e “que todos venham adorar a ti, ó Deus de amor”. Aqui está o grande desafio nosso como cristãos. Não desviemos nossos pensamentos com tantas celebrações e cantos só de contemplação e consolo. Desafiemos a todos, começando por nós mesmos, a pensar na terra que vivemos onde por falta de amor, temos visto muitos morrerem aos pouquinhos e um dia talvez não haja mais tempo, pois morreremos e viveremos uma eternidade com Deus, ou sem Deus.

Por isso, na Conversa afinada, abordamos as crianças nas revistas 178 e 179.  Olhar, cuidar, amar e dar o nosso melhor para nossas crianças, é o que acontecerá de mais importante. Elas tão puras, cheias de bons pensamentos e ideais, podem aprender sobre o Jesus que nos acolhe, que amou as criancinhas, que valorizou as mulheres, que curou cegos e paralíticos, não se importando com a classe social, pois comeu e sentou com todos os que dele precisavam. Ah, esse Jesus fascinante, precisa ser conhecido de todos.

Que nossa oração seja: 

Oh, vem me ensinar, Senhor, pois quero fazer meus os teus preceitos, a tua santa lei.Que eu possa ser seu imitador, valorizando os peixinhos e os pães de um menino (HCC 475). Oh, vem me ensinar, Senhor, que quando eu estiver andando pelo vale escuro, ou da sombra da morte, não precisarei temer mal algum, porque o Bom Pastor estará comigo (HCC 187). Oh, vem me ensinar, Senhor, que quando neste tempo de incertezas, guerras, fomes e pobreza causam medo e aflição, suplicamos teu auxílio. Guarda os pais, as mães e os filhos na mais doce comunhão. Amém (HCC 593).


Que Deus nos abençoe e que não desanimemos de viver e falar de Cristo, pois ele dentro de nós é que nos ensina como amar.

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Profa. MM Westh Ney Rodrigues Luz, redatora da Revista Louvor

Prelúdio 182 _ ANUNCIEMOS O AMOR GRACIOSO


Queridos

Novamente o amor. Quero pensar um pouco junto. O tema da CBB – Convenção Batista Brasileira de 2025 é – Anunciemos o amor gracioso, abordando graça e amor e a divisa: “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós” – 1João 3.16a.

O tema do ano passado foi “Vivamos o amor” e a divisa era em João 13.35 que diz – “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”.

Perfeito. Agora que conseguimos entender o doce mistério do amor de Deus e que aprendemos a viver este amor, então, podemos anunciar aos outros. Como podemos anunciar algo que não experimentamos na vida real, diária, cheia de percalços e de choros e risos, de sonhos que despedaçam e de outros que se reconstroem?

Tivemos 365 dias para trabalhar em nós o “Vivamos o amor. Não é muito. É pouco. O “se vos amardes uns aos outros” tenho certeza foi desafiador. Jesus – o verbo, a palavra, o “vinde a mim”, o “vá e não peques mais”. Pode descer Zaqueu, eu já te vi. Vou pousar em tua casa. Ah, Jesus Cristo aquele cujo amor o levou a dizer: Lázaro sai para fora, venha para a Vida. Meus queridos, se conseguimos entender e experimentar um pouco do nosso amado Salvador, então, podemos pensar no tema deste ano - Anunciemos o amor gracioso.
 

Fiquei pesquisando sobre o amor nos hinos do HCC, mas não era bem isso que queria dizer. Fui sendo ensinada e apaziguada com a paz que vem do amor de Deus, que nasceu entre nós, o Emanuel, o Deus conosco. Quero só sorver esses versos que foram cantados e vividos por tantos que foram abençoados antes de nós.

“Eu te amo porque tu morreste por mim; eu te amo porque teu amor não tem fim[...] Eu te amo na vida e na morte também; sempre hei de louvar-te na glória de além. (62 HCC)

“Mil línguas eu quisera ter para entoar louvor à tua graça e ao teu poder, meu Rei e meu Senhor[...] Ó Mestre amado, meu Jesus, ajuda-me a levar, por todo o mundo, a tua luz, o teu amor sem par” (72 HCC)


Então, parei no HCC 82, que é uma declaração de amor e uma visão um pouco diferente do que já ouvimos e cantamos. O autor do hino diz mais ou menos assim:

Meu Deus, eu te amo, não porque espere o céu ou uma provisão de bênçãos.
Eu te amo não por medo de sofrer punições. Eu te amo Senhor, porque entendo que
toda aquela dor na cruz, foi para me dar vida e luz. O teu amor Senhor, que não tem fim me atrai como um imã, pois sem medo do céu não existir e do inferno não escapar ou mesmo que ele não existisse, eu ainda te amaria aqui. Sim, meu Deus a minha salvação és tu, manancial de amor. Um amor que não tem fim.


Se todos virem nos nossos olhos o brilho dessa graça e desse amor o “Anunciemos o amor gracioso”, será fácil. O amor cheio de graça e verdade nem precisará ser anunciado com falas e cantos. Ele será sentindo como o perfume que Maria derramou aos pés de Jesus. Sua adoração e louvor perfumou todo o ambiente. Sua experiência particular alcançou todos que estavam perto.

Que Deus nos abençoe e nos ajude a ver além das letras. 

Feliz ano novo!

___________

Profa. MM Westh Ney Rodrigues Luz, redatora da Revista Louvor

 

PRELÚDIO 172_Como um rio calmo

Se eu tivesse o poder nas minhas mãos e voz, gostaria de ver todos os batistas brasileiros cantando os hinos do HCC – Hinário para o culto cristão que já completou 30 anos(em 2021). Não o tenho, mas quando canto algumas belas e profundas poesias, gostaria tanto que todos pudessem sentir a mesma emoção que enche minha alma quando entoo o hino 331 - Como um rio calmo –  (Havergal,1874/Mountain,1876/tradução Moreton,1898).

Onde nós batistas estávamos que não conhecíamos esse hino? Foi traduzido em 1878 e caminhamos 104 anos
(em 2021) para que pudéssemos, como batistas, apreciar a poesia que diz que Deus traz a paz que satisfaz os crentes. Uma paz perfeita que cresce meiga e domina nossas vidas, trazendo a alegria. A metáfora linda que esse hino faz da paz que corre suave como um rio calmo me faz chorar de emoção. Quando estou aflita não tem como não ouvir dentro de mim e sai pelos meus lábios a poesia que diz – “Como um rio calmo vai correndo a paz.” E o meu coração se aquieta. Quero essa paz que flui do coração do Senhor como um rio calmo. “Ventos de cuidado, sombras de pesar nunca a santa calma poderão turbar”, diz a 2ª estrofe. Ah...não tenha medo, fique calma, os ventos que podem perturbar sua alma, tornar o rio bravio, perturbar sua paz, podem até vir, mas você está no abrigo da mão divina.

Cremos dessa forma, mas a poesia carregada pela linda melodia e harmonia faz com que confirmemos o que cremos. Eu sei que firmada em Deus, terei bênção completa que é paz e comunhão. Sei porque experimentei. Sei é mais do que crer. Sei é ter caminhado com o dono da vida, do vento, da tempestade... Que bendita certeza, a de que independente do que passarmos durante nossos dias – quer sejam alegres ou não – sempre o acharemos nos amparando. 


Quantas palestras, sermões, livros falando sobre paz, mas quando cantamos essa poesia, que é o hino, ela fica gravada no cantinho da nossa mente e brota um sorriso leve dos nossos lábios que começamos a cantarolar, pois sabemos que somos guiados pelos “raios derramados pelo sol de amor”.

Hino 331 HCC       
Como um rio calmo        (Havergal/Moreton/Mountain)

 
1. Como um rio calmo, vai correndo a paz
com que Deus aos crentes sempre satisfaz.
É perfeita e cresce meiga em seu poder,
alegrando a vida, dominando o ser.

    No Senhor firmado, tem o crente a paz,
    a completa bênção, comunhão veraz.


2. No bendito abrigo da divina mão
não há inimigo, não se vê traição.
Ventos de cuidado, sombras de pesar
nunca a santa calma poderão turbar.


3. São os nossos dias, de prazer ou dor,
raios derramados pelo sol de amor.
Pondo a confiança plenamente em Deus,
sempre o acharemos amparando os seus.


Perguntou-me
um amigo se achava que já deveríamos ter uma atualização com novos hinos no HCC. Então respondi com uma pergunta, se já conhecia o hino acima ou o 77 do HCC (3ª estrofe) que diz assim “com os enfermos vem estar, aos pobres vem alimentar; aos que no leito sofrem dor, dá teu alívio animador. Ele ficou mudo e emocionado e encontrou resposta no seu coração.

Ainda é tempo de gratidão ao Senhor por inspirar tantos hinistas, poetas, tradutores, compositores e arranjadores. Ainda é tempo de agradecer ao Senhor pelo belo hinário que temos, ainda desconhecido de muitos. Um dia todos se emocionarão, serão consolados e confortados quando encontrarem as belas poesias que estão dentro dele, podendo experimentar o Senhor do vento, do abrigo seguro e da paz.
Deus seja engrandecido!

_________________________________
Westh Ney Rodrigues Luz - redatora da revista de música Louvor
 

Revista Louvor nº 172

sábado, 26 de outubro de 2024

ANUNCIEMOS O AMOR GRACIOSO, CBB 2025

Caros amigos

Em 2025, nós, batistas brasileiros, viveremos sob o tema da CBB – Convenção Batista Brasileira, que nos motiva a realizar o IDE, que também conhecemos como a Grande Comissão, que recebemos do Senhor e que está em Mateus 28.19,20 que diz:

"Portanto, ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo; ensinando-lhes a obedecer a todas as coisas que vos ordenei; e eu estou convosco todos os dias, até o final dos tempos."

 
Isto é tudo que sempre fizemos, mas gostaria que não fosse como um peso demasiado que não possamos suportar. O evangelho do Senhor Jesus nos diz em
Mateus 28.19,20.

Vinde a mim,
 todos os que estais cansados e sobrecarregados,
e eu vos aliviarei.
Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim,
que sou manso e humilde de coração;
e achareis descanso para a vossa alma.  
Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.
 

Talvez vocês, meus amigos músicos batistas, estejam sobrecarregados com tantos musicais,ensaios, preparação, acolhimento, discipulado, aulas, organização e direção dos cultos semanais. Não podemos, no meio da roda viva que muitas vezes estamos, esquecer que fomos alcançados pela graça do Senhor. O tema de 2024 foi vivamos o amor e o de 2025, é uma consequência natural. Anunciemos este amor gracioso, que Cristo deu a sua vida por nós” – 1João 3.16ª.


Debaixo da graça do seu grande amor seremos iluminados e alimentados e nossa alma será consolada. E o resultado acontecerá com base na unidade em Cristo Jesus e seremos abençoados enquanto estamos abençoando outros. Como a Revista de música Louvor, a de nº183, está voltada para as crianças, elas foram incluídas em momentos importantes da liturgia(p.32). E um momento precioso foi o canto infantil, Cristo, amigo das crianças, traduzido por Edith Allen, que está no HCC, número 162.

1. Cristo, amigo das crianças,
tudo és para mim.
Sê a luz no meu caminho até o fim.
Em bondade, cada dia,
faze-me crescer;
foste uma criança e podes me entender.

2. Pela mão me leva sempre

junto ao lado teu,
pois de ti preciso, ó Cristo, amigo meu.
Cristo, amigo das crianças,
tudo és para mim;
sê a luz do meu caminho até o fim
(Mathams/Allen/Siqueira /Almeida/Faircloth)

Quando tinha 16 anos, fui convidada para acompanhar o coro infantil, o dos principiantes, bem pequeninos, na Igreja Batista Itacuruçá. O hino era este, mas na coletânea Coros Juvenis (JUERP). Foi um desafio e um privilégio. Era com um acompanhamento lindo. Eu estudava e cantava junto. E essa letra foi entrando na minha mente, foi me moldando. Não se tratava só das crianças apreenderem os conceitos e princípios do hino. Também fui, como pianista, amansada, amaciada com a letra e a linda melodia. Até hoje eu canto este hino no meu coração e na minha mente. Leiam de novo a poesia, mas só as palavras em negrito. Um pequeno coro infantil abençoando a congregação, com pessoas doentes do corpo e da alma.

Deus abençoe cada um que está lendo.

O que você tem nas suas mãos?
Use-as para anunciar Jesus.
Anunciar este amor, cheio de graça e bondade.
O mundo está enfermo e Deus tem as nossas
mãos e voz para anunciar a sua bondade.

Westh Ney Rodrigues Luz

quarta-feira, 12 de julho de 2023

CULTO (I)

                                                                                                 Profa. Westh Ney Rodrigues Luz

 Os que experimentaram o encontro com Cristo e nasceram de novo – não da carne, mas do Espírito – de maneira natural se curvam e se prostram ao maior milagre que é mudança de mente (metanóia). Quando a mudança acontece não queremos que nada nos afaste do desejo de ser sermos submissos ao Criador que nos ama e provoca esse encontro. Não desejamos que nada nos afaste do nosso amor em ação à Deus e aos homens. A mudança que ocorre do encontro com o Eterno, com Cristo, o Redentor, se dá por intermédio do Santo Espírito que toca o mais profundo da nossa alma, nos inquieta e nos faz rejeitar o que não seja puro e nem santo. No encontro com o Eterno, percebemos que estamos diante da mais inexplicável, difícil, misteriosa e significativa experiência. Encontro com o Poderoso, Onipotente, Onisciente, Digno, Justo e Senhor. Encontro com a Água da vida, com o Salvador, o Redentor, o Amigo, o Mestre, o Rei Jesus. Encontro com o sábio Conselheiro, com o Ajudador, com o nosso Guia e Consolador – o Santo Espírito que nos orienta e anima, fazendo que em meio às lutas desta vida saibamos que não estamos órfãos.

Percebemos nessa experiência, que somos atraídos pelo amor de Deus e que nossa resposta depende dessa percepção, como cita o teólogo [1]Nikos Nissiotis, p.17: “O culto não é primordialmente iniciativa do ser humano, mas ato redentor de Deus em Cristo por meio do seu Espírito”. 

 Não estamos falando de culto nos templos. Estamos falando do desejo que a alma tem de se conectar com seu Criador, quando percebe seu amor, não está restrito a um local ou formato.

 

“O culto no templo é apenas um tipo de culto, não o único. Culto é para ser prestado em casa, na rua, no trabalho, onde não é possível vivenciar um cerimonial. A religião deve ajudar o crente em seu culto, não atrapalhá-lo. O templo deve concentrar os que cultuam, mas não ser tido como o único lugar para a adoração”. (prof. Pr. BELO AZEVEDO, 2019[2]


  
Culto é na realidade o encontro do homem com Deus! Culto coletivo é o encontro deste homem com Deus e com seu próximo. O que é culto para você?
 
Paul Hoon, Peter Brunner, George Florovsky, Evelyn Underhill e Nikos Nissiotis [3] falam do culto como auto revelação de Deus (revelação e resposta), como uma estrada de mão dupla, por que é a sua graça e seu amor que evocam a nossa entrega a Deus. Resumindo – qualquer que seja o culto, será sempre a resposta da criatura ao Eterno. E precisamos entender que Ele se doa e ainda nos instiga à uma resposta de forma natural. A revelação de Deus se dá por meio de Jesus Cristo e nós respondemos a ele também por meio de Jesus. E como respondemos? Com tudo que somos e fazemos, com emoções, orações, ações e palavras.

Pode ser que esteja acontecendo em alguns ajuntamentos dominicais algo que esteja possibilitando a não percepção da importância do culto. Coloco aqui algumas indagações para nos levar à uma reflexão:

 

Para quem é o culto? Quem vai receber adoração e louvor? Como vamos fazer para que todos que chegarem ao encontro dominical, percebam a importância do ajuntamento que deve ser “um ajuntamento solene”? Qual a importância e relevância de todos que participam no culto? Será que todos entendem os seus papéis?

Em muitas ocasiões, percebemos que alguns cultos têm se transformado em momentos de entretenimento, de uma alegria exacerbada, sem sentido e fabricada, à procura de uma catarse coletiva ou qualquer outra coisa, menos estar ajoelhado diante do Senhor, rasgando seus corações e almas diante de tão grande amor.

Penso que o que tem acontecido é o desvio na motivação que percebemos em muitos cultos, que equivocadamente, nos levam a desviar nosso olhar da majestade e do amor irresistível de Deus que nos atrai. Parece ser fruto, talvez, de um consumismo exagerado, uma agitação sem sentido, um modelo de vida descartável que se reflete na criação de um estilo de vida de muitos.

 

Sei que essas perguntas nos instigam a uma reflexão e não a faremos agora. Mas, pense e reflita. É assim que fazemos no Seminário do Sul. Estudamos culto à luz da Palavra de Deus e dos grandes pensadores – homens e mulheres – que têm nos seus estudos e explanações teológicas pensado sobre esse momento importante do grande ENCONTRO do homem com Deus na sua comunidade, no seu lar, no seu quarto, no seu coração.

 

Tenho meditado e me debruçado sobre esse assunto que move o meu coração e talvez você já tenha lido algo como o que estou escrevendo agora. Não é que eu seja repetitiva, é que entendo que não posso perder de vista o porquê de estarmos diante do Eterno cultuando.

 

Deus, nosso Pai eterno, nos atrai com seu amor e nós, pecadores, mortais e sujeitos a toda sorte de enganos temos o privilégio de sermos acolhidos na sua doce e santa presença.

Um privilégio, uma honra.

Seja Deus louvado eternamente!

..

Fortaleza. Ceará, 11/07/2023

Escrito para o site de música do Seminário do Sul/STBSB.



[1] WHITE, James, p. 17, 1997.

[3] WHITE, James, p. 16-18, 1997.

sexta-feira, 19 de agosto de 2022

ISIDORO LESSA DE PAULA (MG,1943)

Três relatos biográficos sobre o excelente músico e professor Isidoro.


 1. Biografia resumida:
Pianista, tradutor, compositor, hinólogo e Ministro de Música no Brasil e nos EUA. Formado em Letras, UFF, RJ; Música pelo CBM, Rio; Mestrado em Composição e piano em Louisville. Um dos primeiros Ministros de Música consagrados no país. Volta aos EUA, para estudar na área de Ministério da Música e Administração. Lá foi novamente graduado com  mestrado em Regência e o doutorado em Hinologia e Regência.  Tem contribuído com muitas traduções e entre elas o Hino 43 HCC de Pauline Mills; Moteto para quarteto e coro de Michael Haydn; Te Deum de Ralph Vaughan Williams; cantata Emanuel, Deus Conosco (vozes juvenis).
 
Foi professor e diretor do curso de música sacra do Seminário Batista de Niterói, prof. na Faculdade Batista de São Paulo, SP e Seminário Equatorial e no Seminário do Sul onde também foi coordenador interino do Curso de Música Sacra. Fez parte da Subcomissão de Textos do HCC (relator por dois anos). Sua tese de doutorado “Os primórdios da Hinódia das Igrejas Batistas Brasileiras” – suas fontes e desenvolvimento serviu como fonte básica para o livro Notas Históricas do HCC - Hinário para o culto cristão.
Biografia resumida (por Westh Ney Rodrigues Luz, para a Revista Louvor, nº 156.)

2. Biografia escrita por sua esposa Bárbara
 
Nascido em Manhumirim, Minas Gerais, perto do Pico da Bandeira, desde a adolescência ele morou em Niterói e tornou-se membro ativo da Primeira Igreja Batista de Niterói. Completou os estudos de música no Conservatório Brasileiro de Música aos 18 anos, e formou-se pelo Departamento de Letras da UFF em Português/Francês. Lecionou Português, Francês e Musica em escolas de Niterói e São Gonçalo. Foi presidente da União 3, envolvendo-se na liderança das atividades de adolescentes e jovens da igreja, e tocando piano nos cultos.

Em 1970 foi aos EUA para começar a se preparar para seu ministério de mais 35 anos. Em Louisville recebeu seu primeiro mestrado em Musica Sacra com concentração em Piano e Composição, onde conheceu sua esposa Bárbara que também cantava no coro da Igreja de Walnut Street, que o ajudou durante seu curso. Voltou para a Primeira Igreja Batista de Niterói em 1973 como um dos primeiros Ministros de Música consagrados no Brasil.

 Retornou aos USA em 1976 para continuar os estudos na área de Ministério da Música e Administração, recebendo outro mestrado em Regência e o doutorado em Hinologia /Regência. 
 
Continuou seu ministério no Brasil com a família em 1985, agora com os filhos Marcus, Mateus e Marisa, quando foi professor de música no Seminário Teológico Batista de Niterói, e diretor interino do Departamento de Música do STBSB/Seminário do Sul. 
 
No final de 1980 mudou-se para a Flórida perto dos pais da Bárbara que estavam precisando de ajuda e concluiu seu ministério de música depois 10 anos como MM na igreja batista de Tuskawilla, Winter Park. 
 
Serviu um semestre no seminário em Belém como regente coral e diretor interino do Departamento de Música do Seminário Equatorial. Ao voltar para a Flórida assumiu a posição de professor no Departamento de Música da Faculdade Rollins, em Winter Park, lecionando também na Escola da Comunidade da Rollins, aonde permanece até hoje como coordenador e professor de Teoria musical e Piano - continuando assim no ministério de preparar jovens para o uso da música, dom divino, em suas vidas. 
BJP, dez '18 (Bárbara J. de Paula, 2018)
 

3. Edith Mulholland, no Livro Notas históricas do HCC, escreveu a biografia de Isidoro no hino 43  -  Digno é o Cordeiro  de Pauline Mills.  Segue a biografia:
 
Isidoro é mineiro, nascido em 21 de agosto de 1943 e tem uma rica herança cristã. Seu avô materno, Alberto Vaz Lessa, convertido no ministério do inimitável Salomão Ginsburg (ver HCC 29), “foi pastor pioneiro, plantando igrejas batistas na região montanhosa do sudeste do Brasil”

Isidoro é o quarto de seis filhos de uma família batista, membros fundadores da Igreja Batista de Manhumirim, Minas Gerais. Sua mãe, Dahlia Lessa de Paula, crente dedicada. Seu pai, Sr. Theonillo Rodrigues de Paula, criado católico e devoto filho de Maria, converteu-se através das orações e testemunho persistente de sua esposa. Ele serviu como diácono em várias igrejas batistas, e orgulhou-se do filho que veio a ser um dos primeiros ministros de música de tempo integral no Brasil. A família mudou-se do interior de Minas Gerais para Niterói, aonde o jovem Isidoro logo se revelou como líder de música e juventude na igreja local e denominação. 

Isidoro sentiu a chamada de Deus para aprimorar e usar o dom da música como veículo de louvor a Deus, edificação do salvos e propagação do evangelho. Depois de se formar em piano no Conservatório Brasileiro de Música e de completar o curso de letras da Faculdade de Filosofia da Universidade Federal Fluminense, Isidoro ganhou uma bolsa de estudos, através do incentivo de seu pastor, Dr. Nilson do Amaral Fanini, na Escola de Música Sacra no Seminário Teológico Batista em Louisville, Estado de Kentucky, EUA. Em maio de 1973 ele concluiu o Mestrado em Música Sacra com ênfase em piano e composição.
 
Em Louisville, ele conheceu sua esposa, Barbara Jones, que o ajudou no ministério de música na Igreja Batista de Walnut Street e subsequentemente passou dois anos em Recife como jovem missionária. Em janeiro de 1974, Isidoro retornou aos Estados Unidos para o seu casamento com Bárbara, celebrada na Primeira Igreja Batista de Winter Park, na Flórida, onde os pais da noiva residiam.

O ministério do ministro de música Isidoro começou na Primeira Igreja Batista de Niterói em julho de 1973. Após três anos ali, ele foi convidado a lecionar na Faculdade Teológica de São Paulo, servindo ao mesmo tempo como Ministro de Música da Igreja Batista Ebenezer. Percebendo, então, que precisava aprimorar-se mais para lecionar melhor numa escola de música sacra, ele regressou aos Estados Unidos em junho de 1976, para estudar no Seminário Teológico Batista Southwestern, em Fort Worth, Texas, onde, em 1980, concluiu o Mestrado em Música com concentração em Regência. 
 
No verão de 1985, o Dr. Isidoro recebeu o prêmio de Excelência Acadêmica ao terminar o grau de Doutorado em Artes Musicais nas áreas de Regência e Hinologia, defendendo a tese Os primórdios da hinódia das igrejas batistas brasileiras – suas fontes e desenvolvimento,4 que serviu como uma das fontes básicas na compilação deste livro. 

Regressando ao Brasil em agosto de 1985 com sua esposa Barbara e seus filhos Marcus, Matthew e Marisa, ele serviu como ministro de música na Primeira Igreja Batista de Niterói, RJ, e em 1988 na Igreja Batista de Itacuruçá, na Tijuca. Concomitantemente ele lecionou no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, exercendo a função de diretor interino do Departamento de Música por dois anos. No Seminário Batista de Niterói, coordenou o Curso de Música Sacra. Neste período ele participou de muitas clínicas e oficinas de música, como preletor e professor nas áreas de regência e culto e louvor, no Rio e na região. Também participou como relator da Subcomissão de textos do HCC por dois anos.

O Dr. Isidoro serve como ministro de música na Primeira Igreja Batista de Tuscawilla, em Winter Park, na grande Orlando, Estado de Flórida, onde teve o privilégio de implantar o ministério de música desta nova igreja, sendo o seu primeiro ministro. Durante os anos de 1993, 1994 e 1995 ele serviu como Diretor de Música na Associação Batista da Grande Orlando. 
 
Ele continua a ensinar os princípios bíblicos de culto e louvor, enfatizando que Deus merece somente o nosso melhor, e que o louvor agradável ao Senhor emana somente de um coração puro e daqueles que realmente conhecem a Deus e com ele se relacionam intimamente. Acredita muito no poder da música, no ensino de teologia e na memorização das escrituras. Por isso ele se dedica muito ao trabalho com vozes juvenis e coros graduados.

Além das teses de mestrado e doutorado, o Dr. Isidoro produziu várias composições, Lutas e vitórias – para conjunto vocal e instrumental, com textos do Dr. Olavo Feijó, e uma cantata para vozes juvenis  Emanuel, Deus Conosco publicada pela JUERP em 1980. Estas composições usam ritmos e estilos brasileiros. 
 
Ele também traduziu algumas obras corais e antemas para o português, introduzindo várias delas (Moteto para quarteto e coro de Michael Haydn e o Te Deum de Ralph Vaughan Williams) no Congresso da Associação dos Músicos Batistas do Brasil, em 1992, em Londrina, PR, quando foi convidado para reger o coro daquele conclave.
 


quinta-feira, 5 de maio de 2022

AINDA É TEMPO DE AGRADECER PELO HCC

Se eu tivesse o poder nas minhas mãos e voz, gostaria de ver todos os batistas brasileiros cantando os hinos do HCC – Hinário para o culto cristão, que já completou 30 anos. Não o tenho, mas quando canto algumas belas e profundas poesias, gostaria tanto que todos pudessem sentir a mesma emoção que enche minha alma quando entoo o hino 331 – Como um rio calmo – de Havergal, 1874/Mountain, 1876/ tradução Moreton, 1898.

Onde nós, batistas, estávamos que não conhecíamos este hino? Foi traduzido em 1878 e caminhamos 104 anos para que pudéssemos, como batistas, apreciar a poesia que diz que Deus traz a paz que satisfaz os crentes. Uma paz perfeita que cresce meiga e domina nossa vida trazendo a alegria. 

A metáfora linda que esse hino faz da paz que corre suave como um rio calmo me faz chorar de emoção. Quando estou aflita não tem como não ouvir dentro de mim e sai pelos meus lábios a poesia que diz – “Como um rio calmo vai correndo a paz”. E o meu coração se aquieta. Quero essa paz que flui do coração do Senhor como um rio calmo. “Ventos de cuidado, sombras de pesar nunca a santa calma poderão turbar”, diz a 2ª estrofe. Ah... não tenha medo, fique calma, os ventos que podem perturbar sua alma, tornar o rio bravio, perturbar sua paz, podem até vir, mas você está no abrigo da mão divina.

Cremos dessa forma, mas a poesia carregada pela linda melodia e harmonia faz com que confirmemos o que cremos. Eu sei que, firmada em Deus, terei bênção completa que é paz e comunhão. Sei porque experimentei. Sei é mais do que crer. Sei é ter caminhado com o dono da vida, do vento, da tempestade... Que bendita certeza de que, independentemente do que passarmos durante nossos dias – quer sejam alegres ou não – sempre o acharemos nos amparando.

Quantas palestras, sermões, livros falando sobre paz, mas quando cantamos esta poesia, que é o hino, ela fica gravada no cantinho da nossa mente e brota um sorriso leve dos nossos lábios que começam a cantarolar, pois sabemos que somos guiados pelos “raios derramados pelo sol de amor”.

 
1.Como um rio calmo, vai correndo a paz 
com que Deus aos crentes sempre satisfaz. 
É perfeita e cresce meiga em seu poder, 
alegrando a vida, dominando o ser. 

No Senhor firmado, tem o crente a paz, 
a completa bênção, comunhão veraz. 


2. No bendito abrigo da divina mão 
não há inimigo, não se vê traição. 
Ventos de cuidado, sombras de pesar 
nunca a santa calma poderão turbar. 

3. São os nossos dias, de prazer ou dor, 
raios derramados pelo sol de amor. 
Pondo a confiança plenamente em Deus, 
sempre o acharemos amparando os seus. 

Um amigo perguntou-me se achava que já deveríamos ter uma atualização com novos hinos no HCC. Então, respondi com uma pergunta, se já conhecia o hino acima ou o 77 do HCC (3ª estrofe) que diz assim: “com os enfermos vem estar, aos pobres vem alimentar; aos que no leito sofrem dor, dá teu alívio animador”. Ele ficou mudo e emocionado e encontrou resposta no seu coração.

Ainda é tempo de gratidão ao Senhor por inspirar tantos hinistas, poetas, tradutores, compositores e arranjadores. Ainda é tempo de agradecer ao Senhor pelo belo hinário que temos ainda desconhecido de muitos. Um dia todos se emocionarão, serão consolados e confortados quando encontrarem as belas poesias que estão dentro dele, podendo experimentar o Senhor do vento, do abrigo seguro e da paz.

Westh Ney Rodrigues Luz