sexta-feira, 1 de junho de 2012

DECLARAÇÃO DE BERLIM SOBRE ADORAÇÃO

Nós, seguidores de Cristo chamados batistas, provenientes de 58 países, com 500 representantes de 193 convenções e uniões batistas ligadas à Aliança Batista Mundial, reunidos em nossa primeira conferência internacional devotada exclusivamente à adoração, de 15 a 18 de março de 1998, em Berlim, Alemanha, apresentamos a seguinte Declaração para reafirmar nossa compreensão da natureza essencial da adoração e do culto. 

I. Desde nossos começos os batistas sempre temos crido no Deus triúno, declarado na Escrituras como Pai, Filho e Espírito Santo e temos adorado o Deus vivo, como parte integral de nossa herança. Na primeira reunião da Aliança Batista Mundial em Londres, no ano de 1905, Alexander MacClaren convocou os delegados a com ele recitar o Credo Apostólico como testemunho de nossa fé bíblica, dentro da Igreja de Cristo. Reconhecemos Jesus Cristo como o único Cabeça da Igreja e o foco de nossa adoração e louvor. 

II. Afirmamos a necessidade de estarmos abertos à direção do Espírito Santo que nos conduz a adorarmos “em espírito e em verdade”. Todas as formas de cultos constituem “janelas” através das quais vemos a Deus. A ênfase, portanto ( no culto), não deve ser primeiramente sobre os aspectos externos, mas sobre “a prática da presença de Deus”, ao nos apresentarmos como “culto santo e agradável a Deus”. A adoração ou o culto corporativo de todas as formas, será vazio se o indivíduo não estiver espiritualmente envolvido. 

III. Celebramos (neste Congresso) cinco estilos específicos de culto e vimos exemplos de práticas litúrgicas de muitas partes do mundo. Verificamos que cada um deles tem, significado e poder. Também descobrimos que elementos de cada um deles podem ser fundidos de modo a que se produza um culto significativo, alegre e autêntico. Aprendemos a apreciar diferentes expressões e estilos de culto, sem necessariamente adotá-los. É mister que haja discernimento a determinar o que é culturalmente relevante e teologicamente consistente com a Bíblia e nossa fé batista. 

IV. Reconhecemos com alegria e gratidão a Deus o tempo que passamos juntos. Apreciamos o fato de tantas pessoas e igrejas haverem feito sacrifício significativo para participarem da conferência. A despeito de nossas diferenças e grande diversidade, experimentamos unidade sob o Senhorio de Jesus Cristo , e pudemos ter um vislumbre do céu. Esperamos que o aprendido por nós produza frutos em todo o mundo, e que esta conferência não seja um fim, mas um começo.
 

V. Com todo vigor afirmamos a importância histórica da pregação, para os batistas, como aspecto essencial do culto. 

VI. Fomos desafiados pela inadequação de alguns aspectos de nossos culto e adoração, e reconhecemos a necessidade de retomar o espírito do culto da igreja novitestamentária. Precisamos reconhecer: 

1. Que nossa pregação às vezes é desligada do resto do culto, e é dada proeminência ao que proclama a Palavra, e não a Cristo de quem a 
Palavra dá testemunho; 
 
2. Que nossa música tem sido por vezes um show, em vez de meio para 
glorificar a Deus e envolver o povo de Deus no culto; 
3. Que nem sempre compreendemos a grande importância da Ceia do Senhor 
e do Batismo, havendo-os muitas vezes como adendo do culto, em lugar
 de serem partes essenciais dele; 
4. Que às vezes temos negligenciado nossa ênfase batista sobre o 
sacerdócio universal dos crentes, em detrimento de nossa 
comunidade de fé e seu testemunho; 
5. Que nossas orações são por vezes incompletas, ao expressar somente 
nossos próprios pensamentos e necessidades, sem incluir a 
oportunidade  de ouvir a Deus; 
6. Que nossa preparação para a adoração tem sido exclusivamente do que conduzem o culto, em vez de ser responsabilidade de todos que vêm em busca de um encontro com o Deus vivo; 
7. Que nem sempre temos ensinado ao nosso povo o significado da adoração e como adorar. E por vezes separamos do resto da vida o que ocorre no santuário;
8. Que por vezes somos achados culpados de crer que nosso próprio estilo de adoração ou forma de culto são os melhores, e a única forma de adorar, e por vezes temos tentado impor essa opinião sobre outros; 

VII. No reconhecimento do que acima afirmamos, com humildade e contrição buscamos a adoração cuja iniciativa é de Deus, pois Ele nos convida à divina presença e envia-nos ao mundo, para o serviço, discipulado, justiça e reconciliação, em obediência à Grande Comissão de Jesus Cristo. 

VIII. Estamos conscientes, pelo Espírito Santo, que nossa adoração – qualquer que seja seu estilo ou forma, ocorre num contexto maior de adoração em todo o mundo, ao longo da história e no céu. Constituímos apenas uma pequena parte do eterno mosaico de adoração do Deus único e verdadeiro, por meio de Jesus Cristo, Filho de Deus e Salvador. 

IX. Cremos, com toda convicção, que a adoração é um processo vivo. O deus Criador está sempre presente na adoração e, por isso, precisamos de estar continuamente abertos às coisas novas que Deus está a fazer e fará em nós e na Igreja. Afirmamos a natureza dinâmica da adoração, como John Smyth articulou no primeiro Pacto das Igrejas, redigido há 400 anos: “(Comprometemo-nos) a andar em todos os Seus caminhos, dados a conhecer ou a serem conhecidos, conforme nossa melhor capacidade, qualquer que seja o custo, com a ajuda do Senhor”¹.
 

 - Traduzido por Irland P. Azevedo, em 22/05/2002 _ copiado do blog de Petrônio Borges - http://pastorcomciencia.blogspot.com.br/2012/04/declaracao-de-berlim-sobre-adoracao.html

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