I. Desde nossos começos os batistas sempre temos crido no Deus triúno, declarado na Escrituras como Pai, Filho e Espírito Santo e temos adorado o Deus vivo, como parte integral de nossa herança. Na primeira reunião da Aliança Batista Mundial em Londres, no ano de 1905, Alexander MacClaren convocou os delegados a com ele recitar o Credo Apostólico como testemunho de nossa fé bíblica, dentro da Igreja de Cristo. Reconhecemos Jesus Cristo como o único Cabeça da Igreja e o foco de nossa adoração e louvor.
II. Afirmamos a necessidade de estarmos abertos à direção do Espírito Santo que nos conduz a adorarmos “em espírito e em verdade”. Todas as formas de cultos constituem “janelas” através das quais vemos a Deus. A ênfase, portanto ( no culto), não deve ser primeiramente sobre os aspectos externos, mas sobre “a prática da presença de Deus”, ao nos apresentarmos como “culto santo e agradável a Deus”. A adoração ou o culto corporativo de todas as formas, será vazio se o indivíduo não estiver espiritualmente envolvido.
III. Celebramos (neste Congresso) cinco estilos específicos de culto e vimos exemplos de práticas litúrgicas de muitas partes do mundo. Verificamos que cada um deles tem, significado e poder. Também descobrimos que elementos de cada um deles podem ser fundidos de modo a que se produza um culto significativo, alegre e autêntico. Aprendemos a apreciar diferentes expressões e estilos de culto, sem necessariamente adotá-los. É mister que haja discernimento a determinar o que é culturalmente relevante e teologicamente consistente com a Bíblia e nossa fé batista.
IV. Reconhecemos com alegria e gratidão a Deus o tempo que passamos juntos. Apreciamos o fato de tantas pessoas e igrejas haverem feito sacrifício significativo para participarem da conferência. A despeito de nossas diferenças e grande diversidade, experimentamos unidade sob o Senhorio de Jesus Cristo , e pudemos ter um vislumbre do céu. Esperamos que o aprendido por nós produza frutos em todo o mundo, e que esta conferência não seja um fim, mas um começo.
V. Com todo vigor afirmamos a importância histórica da pregação, para os batistas, como aspecto essencial do culto.
VI. Fomos desafiados pela inadequação de alguns aspectos de nossos culto e adoração, e reconhecemos a necessidade de retomar o espírito do culto da igreja novitestamentária. Precisamos reconhecer:
1. Que nossa pregação às vezes é desligada do resto do culto, e é dada proeminência ao que proclama a Palavra, e não a Cristo de quem a
Palavra dá testemunho;
2. Que nossa música tem sido por vezes um show, em vez de meio para
glorificar a Deus e envolver o povo de Deus no culto;
glorificar a Deus e envolver o povo de Deus no culto;
3. Que nem sempre compreendemos a grande
importância da Ceia do Senhor
e do Batismo, havendo-os muitas vezes como adendo do culto, em lugar
de serem partes essenciais dele;
e do Batismo, havendo-os muitas vezes como adendo do culto, em lugar
de serem partes essenciais dele;
4. Que às vezes temos negligenciado
nossa ênfase batista sobre o
sacerdócio universal dos crentes, em detrimento de nossa
comunidade de fé e seu testemunho;
sacerdócio universal dos crentes, em detrimento de nossa
comunidade de fé e seu testemunho;
5. Que nossas orações são por vezes
incompletas, ao expressar somente
nossos próprios pensamentos e necessidades, sem incluir a
oportunidade de ouvir a Deus;
nossos próprios pensamentos e necessidades, sem incluir a
oportunidade de ouvir a Deus;
6. Que nossa preparação para a adoração
tem sido exclusivamente do que conduzem o culto, em vez de ser
responsabilidade de todos que vêm em busca de um encontro com o Deus
vivo;
7. Que nem sempre temos ensinado ao
nosso povo o significado da adoração e como adorar. E por vezes
separamos do resto da vida o que ocorre no santuário;
8. Que por vezes somos achados culpados
de crer que nosso próprio estilo de adoração ou forma de culto são os
melhores, e a única forma de adorar, e por vezes temos tentado impor
essa opinião sobre outros;
VII. No reconhecimento do que acima afirmamos, com humildade e contrição buscamos a adoração cuja iniciativa é de Deus, pois Ele nos convida à divina presença e envia-nos ao mundo, para o serviço, discipulado, justiça e reconciliação, em obediência à Grande Comissão de Jesus Cristo.
VIII. Estamos conscientes, pelo Espírito Santo, que nossa adoração – qualquer que seja seu estilo ou forma, ocorre num contexto maior de adoração em todo o mundo, ao longo da história e no céu. Constituímos apenas uma pequena parte do eterno mosaico de adoração do Deus único e verdadeiro, por meio de Jesus Cristo, Filho de Deus e Salvador.
IX. Cremos, com toda convicção, que a adoração é um processo vivo. O deus Criador está sempre presente na adoração e, por isso, precisamos de estar continuamente abertos às coisas novas que Deus está a fazer e fará em nós e na Igreja. Afirmamos a natureza dinâmica da adoração, como John Smyth articulou no primeiro Pacto das Igrejas, redigido há 400 anos: “(Comprometemo-nos) a andar em todos os Seus caminhos, dados a conhecer ou a serem conhecidos, conforme nossa melhor capacidade, qualquer que seja o custo, com a ajuda do Senhor”¹.
- Traduzido por Irland P. Azevedo, em 22/05/2002 _ copiado do blog de Petrônio Borges - http://pastorcomciencia.blogspot.com.br/2012/04/declaracao-de-berlim-sobre-adoracao.html
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