terça-feira, 24 de setembro de 2019

MÚSICA NA IGREJA É ARTE FUNCIONAL - PENSANDO EM COROS


                                                                                                         Westh Ney Rodrigues Luz, 2019

          
“A palavra de Cristo habite em vós ricamente, em toda a sabedoria; ensinai-vos e admoestai-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, louvando a Deus com gratidão em vossos corações.” (Colossenses 3.16).

Música na igreja é arte funcional. Não é arte pela arte simplesmente. É cantar a Palavra alcançando os corações com os textos bíblicos ou poéticos que servirão para reafirmar princípios bíblicos ou doutrinas fixando na memória a mensagem falada. Música na igreja serve para consolar, edificar e ensinar. Música na igreja é ministério. Nos cultos temos música instrumental como bandas, orquestras, duos, trios, solos em processional, prelúdios, poslúdio, recessional, interlúdios. Temos música vocal como solos, duetos, trios, quartetos e coros em grupos de diversas faixas etárias.

O coro não existe para enfeitar, apresentar hinos “especiais” ou divertir. A música vocal por meio do grupo coro deve ser a expressão da igreja nos momentos de culto. O coro na igreja tem pelo menos duas grandes importantes funções: profeta e sacerdote. Quando o coro canta hinos de adoração, louvor, confissão e consagração com textos em forma de oração, ele é intérprete do povo, como no Antigo Testamento. O sacerdote (o coro) leva até o Senhor Deus as orações do povo. A congregação precisa saber isso. O coro exerce a função profética quando canta hinos, que seriam como uma interpretação da Palavra de Deus. São os hinos de exortação, desafios, apelos e ensino. Quando um coro na igreja compreende estas duas funções, o comportamento, as atitudes, a responsabilidade, o amor e a dedicação se farão presentes. A congregação não mais ficará como espectadora, mas absorverá cada palavra, cada texto, orando junto, entendendo a Palavra e aplicando as verdades cristãs para o cotidiano de suas vidas. O coro durante o culto, ora e intercede pela vida de cada visitante – principalmente se ele está localizado de frente para a congregação e consegue visualizar todos que chegam para o culto. Ele está na igreja para ser um apoiador da congregação, para sustentar e dirigir o canto congregacional.

Quando se canta em um coro, um dos requisitos importantes é não deixar de ouvir a voz do outro, sob pena de uma sobressair mais que outra. Quando alguém canta mais forte destrói a harmonia do grupo e o canto deixa de ser homogêneo, equilibrado e ajustado. O integrante do coro compreende que ele deve cantar a sua parte e ao mesmo tempo ouvir o outro e  ele estará levando este princípio para a sua vida diária. Necessitamos ouvir o outro em sociedade, igreja, emprego ou família.

As pessoas procuram organizar um coro na igreja por todos os motivos acima relacionados e mais ainda pelo significado espiritual que dele flui. Um coro que se encontra regularmente para aperfeiçoar o louvor  ao Senhor precisa estar consciente da importância e grandeza deste ministério. A existência de vários desses grupos na igreja é de grande importância. Eles servem para integrar, edificar e expandir o Reino de Deus. Trabalham com sentimento, emoção e sensibilização. Pessoas podem encontrar por meio dos coros um canal para veicularem seus anseios e encontrarem um equilíbrio podendo desfrutar da bênção e ao mesmo tempo ser bênção para a vida da igreja.

Coro é uma experiência afetiva forte e carregada de significados. É uma experiência de desenvolvimento individual e coletivo atuando no crescimento intelectual e emocional do participante. Cantar no coro, além de uma atividade de integração, representa muito mais quando o grupo serve a um mesmo propósito. O coro precisa ser um organismo vivo para seus integrantes!

       Termino com uma pequena fala do reformador Lutero:
“Não quero que ninguém cante e entoe nada além de Cristo, no qual tão somente eu tenho tudo. Somente ele eu proclamo, apenas ele eu glorifico, pois ele se tornou minha salvação, isto é: minha vitória.” (Obras de Lutero 16. p.129)


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                       Westh Ney Rodrigues Luz, 2019 –– Ministra de música e prof.ª no 
Seminário do Sul/FABAT ; membro da Igreja Batista Itacuruçá, Tijuca, Rio; redatora da Revista de Música Louvor, da CBB.

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